Na luta contra o fim da violência contra a mulher, entre os esforços indispensáveis, além de efetivas políticas públicas, estão as campanhas de conscientização e movimentos sociais. No Rio Grande do Sul, como exemplo, há o Movimento HeforShe (ElesporElas), e mais recentemente, por conta da pandemia, a Campanha Máscara Roxa.
“Se existe violência de gênero contra as mulheres, ela é causada pelos homens. Mas existe uma massa de homens que não aceitam nenhum tipo de violência contra as mulheres, que são contra esse tipo de comportamento machista. Esses homens, nós precisamos ter como aliados da luta feminista, da luta pelo fim da violência e da igualdade de gênero”, afirma o deputado estadual Edegar Pretto, coordenador do Comitê Gaúcho Impulsor ElesPorElas - HeForShe.
Com esse objetivo, em 2014 foi criado pela ONU Mulheres o Movimento HeforShe (Eles Por Elas) para difundir a conscientização e promover a responsabilidade de homens e meninos para a eliminação de todas as formas de discriminação e violência contra as mulheres e meninas.
O RS foi o primeiro estado do país a aderir ao ElesPorElas, em 2015. O Comitê Gaúcho ElesPorElas foi lançado em 2017. É composto por empresas, universidades, instituições públicas, prefeituras, artistas, os clubes de futebol da dupla Grenal e agora a Escola de Samba Imperadores do Samba.
Campanha Máscara Roxa foi criada na pandemia
Com o objetivo de reduzir os casos de violência decorrentes do isolamento pela pandemia, em junho de 2020, foi criada a Campanha Máscara Roxa, que posteriormente virou lei no RS. De autoria do deputado Edegar Pretto, o projeto foi aprovado na Assembleia Legislativa e sancionado pelo governo em agosto de 2020.
A campanha permite às mulheres vítimas de violência doméstica fazerem denúncias em farmácias credenciadas como "amiga das mulheres". Nessas farmácias, os atendentes recebem treinamento formativo para garantir a segurança da vítimas.
Ao chegar na farmácia a mulher deve pedir a máscara roxa, que é a senha para que o atendente saiba que se trata de um pedido de ajuda. O profissional dirá que o produto está em falta e pegará alguns dados para avisá-la quando chegar. Após, o atendente da farmácia passará à Polícia Civil as informações coletadas, via WhatsApp, para que o órgão tome as medidas necessárias.
Cerca de 1.500 farmácias em todo o estado estão envolvidas na campanha. Os estabelecimentos credenciados como "Farmácia Amiga das Mulheres" são locais seguros e alternativos. A campanha segue em andamento e recebe denúncias de mulheres vítimas de violência doméstica. Todas as farmácias participantes estão com o selo “Farmácia Amiga das Mulheres” em suas vitrines e portas, para que as vítimas as identifiquem.
Em um ano de atuação houve mais de 120 denúncias registradas a partir da campanha e duas prisões em flagrante no estado.
Interessados em participar da campanha no Rio Grande do Sul devem entrar em contato com o Comitê Gaúcho ElesPorElas, através do número 051991993641 (WhatsApp) ou pelo e-mail [email protected].
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Edição: Ayrton Centeno