violência no campo

Agricultor e liderança da luta pela terra é morto a tiros em Vitória do Xingu (PA)

Ednaldo Palheta da Cunha era presidente da Associação dos Pequenos Agricultores do KM 40

Brasil de Fato | São Paulo (SP) |

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O crime ocorreu diante do filho do agricultor, de 11 anos - Reprodução/Redes sociais/MAB

O agricultor Ednaldo Palheta da Cunha, liderança de um acampamento em Vitória do Xingu (PA), foi morto a tiros na noite de terça-feira (11). Ele era presidente da Associação dos Pequenos Agricultores do KM 40.

O crime ocorreu diante do filho do agricultor, de 11 anos. Conforme o relato da criança à polícia, obtido pelo Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), do qual Ednaldo participava, dois homens de capacete abordaram Ednaldo em uma estrada na zona rural do município e, em seguida, atiraram. A vítima ainda teria tentado fugir, mas morreu no local.

Vizinhos de Ednaldo, conhecido como Naldo Bucheiro na comunidade de pequenos agricultores onde morava, afirmam que o território sofre recorrentes ameaças de fazendeiros locais. De acordo com um processo no Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), a área ocupada pelas famílias é pública e está pendente de titulação definitiva. A cidade de Vitória do Xingu é sede da hidrelétrica de Belo Monte.

O caso deverá ser investigado pela Polícia Civil.

Nas redes sociais, movimentos e lideranças políticas lamentaram a morte do agricultor.

"Expresso minha solidariedade aos seus familiares, amigos e companheiros de luta. Já solicitei à minha assessoria que busque esclarecimentos sobre o caso e reforce a cobrança para que os responsáveis sejam identificados e punidos", afirmou o deputado estadual Carlos Boraldo (PT-PA).

O MAB também acrescentou que "lamenta profundamente esse assassinato, se solidariza com os familiares de Naldo e pede que o poder público dê celeridade ao processo de regularização da terra para as famílias".

O Brasil de Fato entrou em contato com a Polícia Civil do Pará para obter mais informações sobre o caso, mas não obteve retorno. O espaço segue aberto para a manifestação do órgão.

Edição: Thalita Pires