Rio Grande do Sul

ARTIGO

Arqueologia do presente

'Arqueologia do Presente' promete ser mais do que apenas uma oficina sobre escrita de crônicas

Brasil de Fato | Porto Alegre (RS) |
Carlos Castelo, colunista do Brasil de Fato RS, oferece oficina on line de crônicas - Foto: Grok

O nome da minha nova oficina sobre crônicas é Arqueologia do Presente. Porque só mesmo um arqueólogo para trazer sentido ao caos contemporâneo, escavando através das camadas e camadas de stories, threads e dancinhas para encontrar algo que vagamente possua algum significado.

Serão quatro encontros nessa expedição arqueológica moderna – tempo suficiente para desenvolver uma tendinite crônica de tanto tomar notas ou, pensando positivo, criar a sua crônica num dos estilos abordados nas aulas.

Você aprenderá sobre os diferentes estilos de crônica, desde o humor refinado de Luis Fernando Verissimo até a prosa poética de Clarice Lispector, passando por aquele tipo de texto que parece ter sido criado por alguém que acordou do lado errado da cama e decidiu descontar suas frustrações em duas laudas de texto.

A oficina promete ser uma verdadeira expedição pelo presente, onde você aprenderá a arte de garimpar histórias em filas de banco, conversas de elevador e discussões acaloradas sobre qual é o melhor pão na chapa do bairro. Você descobrirá que o material para uma boa crônica está em todo lugar: na tiazinha que passa meia hora escolhendo tomates no supermercado, no vizinho que lava o carro todo domingo às sete horas da manhã, ou no cachorro que faz questão de latir no momento mais dramático da sua série favorita.

Durante as aulas, você terá a oportunidade de desenvolver seu próprio estilo de observação e escrita, descobrindo se é mais do tipo que encontra humor nas tragédias cotidianas ou se prefere encontrar tragédia nas situações prosaicas. Aprenderá a transformar suas análises em textos que fazem as pessoas rirem, pensarem ou, no melhor dos casos, as duas coisas ao mesmo tempo.

E não se engane: escrever crônicas é a arte de observar a vida alheia e transformá-la em literatura. É o equivalente literário de postar indiretas no Facebook, só que com mais classe e sem emojis.

No final das contas, Arqueologia do Presente promete ser mais do que apenas uma oficina sobre escrita – será um exercício de observação da comédia humana em toda sua glória e miséria. E quem sabe, ao receber seu certificado, você não se torna mais um desses cronistas que conseguem enxergar o extraordinário no ordinário, o poético no banal, e o absurdo na trivialidade? Ou, no mínimo, aprende a reclamar da vida com mais estilo e elegância.

Ao entrar na sala de aulas online, lembre-se apenas de levar uma pá metafórica bem afiada – você vai precisar dela para escavar os lugares-comuns até encontrar aquela pepita de ouro que vale uma crônica. E não se esqueça: como todo bom arqueólogo do cotidiano, às vezes a melhor descoberta é justamente aquela que estava bem debaixo do seu nariz o tempo todo.

Inscreva-se aqui.

* Autor de 20 livros, jornalista, publicitário, compositor, cronista e frasista afiadíssimo, colunista do Brasil de Fato RS.

** Este é um artigo de opinião e não necessariamente expressa a linha editorial do Brasil de Fato.


Edição: Katia Marko