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E 2025?

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A solidariedade de 2024, presente nas Cozinhas Solidárias e Comunitárias, nas enchentes no Sul, precisa ser ampliada e qualificada em 2025 como prioridade máxima - Foto: Victor A. Frainer
2025 vai ser um ano tri difícil, depois de tudo que aconteceu em 2024

2025 vai ser um ano tri difícil, depois de tudo que aconteceu em 2024. Difícil e chave, decisivo em muitos aspectos, com retorno da paz e fortalecimento da democracia.

Primeiro elemento, e importante: 2025 é ano não eleitoral, o que ajuda em muitos aspectos. E ao mesmo tempo coloca exigências, além de urgências.

A paz está longe e precisa ser (re)construída. Não há sinal de que as várias guerras no mundo estejam no fim, e terminem em 2025. A notícia é mais do que chocante: “SEM PRECEDENTES: uma em cada 6 crianças vive em local de guerra” (Jamil Chade, UOL, 28.12.24). “Mais de 473 milhões de crianças – pelo menos 1 em cada 6 no mundo todo - vivem atualmente em áreas afetadas por conflitos. Apenas em Gaza seriam mais de 14 mil crianças mortas.” A preocupação são também as guerras no cotidiano, nas comunidades, nas periferias, até nas famílias. Quantas mortes, quantos assassinatos aconteceram em 2024!

O ódio e a intolerância tomaram conta da sociedade. O diálogo perdeu-se na incapacidade de olhar com ternura e amor no olho do outro e reconhecer-se irmã e irmão.

A crise climática e sócio-ambiental não é de fácil solução, nem será superada em um ano. Mas há sinais positivos de seu enfrentamento coletivo, com a realização da Conferência do Meio Ambiente, com a COP30 em Belém em novembro e muitas ações coletivas dos movimentos sociais e populares, de Igrejas e comunidades.

As novas formas de comunicação, que os mais antigos como eu têm enorme dificuldade de entender e, principalmente, de operar, são um desafio para o campo democrático-popular. Quem não recebe, para ficar apenas num registro e exemplo, centenas, senão milhares de mensagens diárias via WhatsApp, que muitas vezes não tem tempo, ou mesmo vontade, de ler ou 'digerir'? E este é apenas um exemplo das dezenas e diferentes redes sociais e digitais que são hoje a principal forma de comunicação e diálogo entre pessoas, movimentos sociais, Pastorais e as juventudes.

São tempos, época e século de transformações radicais, de um lado super-rápidas, de outro exigindo paciência. Vieram para ficar e precisam ser compreendidas e assimiladas, como todas as novidades de um tempo de alta tecnologia e velocidade na informação.

A solidariedade de 2024, presente nas Cozinhas Solidárias e Comunitárias, nas enchentes no Sul, precisa ser ampliada e qualificada em 2025 como prioridade máxima.

É urgente e necessário o diálogo no cotidiano, o cuidado diário com a Casa Comum, a fraternidade vivida diariamente, a política com ética e mística na construção da Sociedade do Bem Viver.

Há, pois, muito, muito, muito por fazer. 2025 traz enormes exigências, e abre também mil possibilidades, com retomada de um tempo de vida, dignidade, direitos.

Por isso tudo, e muito mais, 2025 é ano-chave, para quem pensa e prepara o futuro com esperança. Não é hora de pensar em 2026. 2026 precisa ficar para 2026. Agora, é hora e oportunidade de fazer de 2025 um ano de trabalho de base, de mobilização social, de políticas públicas com participação popular e educação popular, educação política “Governo não tem apoio do Congresso e nem mobilização popular, avalia Frei Betto”, com Formação na Ação, formar e agir, agir e formar ao mesmo tempo, freireanamente.

É preciso fazer acontecer 2025, que tem tudo para ser bem melhor que 2024, 'ninguém soltando a mão de ninguém': cuidado com a Casa Comum, políticas sociais com participação popular, educação política com educação popular, Conselhos e Conferências, economia em crescimento, geração de emprego e renda, Economia Popular e Solidária. Assim, 2025 será melhor que 2024, e preparará 2026, com um Brasil vivendo a democracia com paz e fraternidade.

Este é um artigo de opinião e não necessariamente expressa a linha editorial do Brasil de Fato.

Edição: Vivian Virissimo