2025 vai ser um ano tri difícil, depois de tudo que aconteceu em 2024
2025 vai ser um ano tri difícil, depois de tudo que aconteceu em 2024. Difícil e chave, decisivo em muitos aspectos, com retorno da paz e fortalecimento da democracia.
Primeiro elemento, e importante: 2025 é ano não eleitoral, o que ajuda em muitos aspectos. E ao mesmo tempo coloca exigências, além de urgências.
A paz está longe e precisa ser (re)construída. Não há sinal de que as várias guerras no mundo estejam no fim, e terminem em 2025. A notícia é mais do que chocante: “SEM PRECEDENTES: uma em cada 6 crianças vive em local de guerra” (Jamil Chade, UOL, 28.12.24). “Mais de 473 milhões de crianças – pelo menos 1 em cada 6 no mundo todo - vivem atualmente em áreas afetadas por conflitos. Apenas em Gaza seriam mais de 14 mil crianças mortas.” A preocupação são também as guerras no cotidiano, nas comunidades, nas periferias, até nas famílias. Quantas mortes, quantos assassinatos aconteceram em 2024!
O ódio e a intolerância tomaram conta da sociedade. O diálogo perdeu-se na incapacidade de olhar com ternura e amor no olho do outro e reconhecer-se irmã e irmão.
A crise climática e sócio-ambiental não é de fácil solução, nem será superada em um ano. Mas há sinais positivos de seu enfrentamento coletivo, com a realização da Conferência do Meio Ambiente, com a COP30 em Belém em novembro e muitas ações coletivas dos movimentos sociais e populares, de Igrejas e comunidades.
As novas formas de comunicação, que os mais antigos como eu têm enorme dificuldade de entender e, principalmente, de operar, são um desafio para o campo democrático-popular. Quem não recebe, para ficar apenas num registro e exemplo, centenas, senão milhares de mensagens diárias via WhatsApp, que muitas vezes não tem tempo, ou mesmo vontade, de ler ou 'digerir'? E este é apenas um exemplo das dezenas e diferentes redes sociais e digitais que são hoje a principal forma de comunicação e diálogo entre pessoas, movimentos sociais, Pastorais e as juventudes.
São tempos, época e século de transformações radicais, de um lado super-rápidas, de outro exigindo paciência. Vieram para ficar e precisam ser compreendidas e assimiladas, como todas as novidades de um tempo de alta tecnologia e velocidade na informação.
A solidariedade de 2024, presente nas Cozinhas Solidárias e Comunitárias, nas enchentes no Sul, precisa ser ampliada e qualificada em 2025 como prioridade máxima.
É urgente e necessário o diálogo no cotidiano, o cuidado diário com a Casa Comum, a fraternidade vivida diariamente, a política com ética e mística na construção da Sociedade do Bem Viver.
Há, pois, muito, muito, muito por fazer. 2025 traz enormes exigências, e abre também mil possibilidades, com retomada de um tempo de vida, dignidade, direitos.
Por isso tudo, e muito mais, 2025 é ano-chave, para quem pensa e prepara o futuro com esperança. Não é hora de pensar em 2026. 2026 precisa ficar para 2026. Agora, é hora e oportunidade de fazer de 2025 um ano de trabalho de base, de mobilização social, de políticas públicas com participação popular e educação popular, educação política “Governo não tem apoio do Congresso e nem mobilização popular, avalia Frei Betto”, com Formação na Ação, formar e agir, agir e formar ao mesmo tempo, freireanamente.
É preciso fazer acontecer 2025, que tem tudo para ser bem melhor que 2024, 'ninguém soltando a mão de ninguém': cuidado com a Casa Comum, políticas sociais com participação popular, educação política com educação popular, Conselhos e Conferências, economia em crescimento, geração de emprego e renda, Economia Popular e Solidária. Assim, 2025 será melhor que 2024, e preparará 2026, com um Brasil vivendo a democracia com paz e fraternidade.
* Este é um artigo de opinião e não necessariamente expressa a linha editorial do Brasil de Fato.
Edição: Vivian Virissimo