Feliz Ano Novo, caras leitoras, caros leitores. Feliz 2025 a todas e todos vocês
Feliz e finalmente, 2024 vai-se embora.
2024, o ano das enchentes, tempestades, vendavais, destruição por todos os lados.
2024, o ano das ameaças à democracia.
2024, o ano das guerras, sem paz.
2024, o ano da violência geral, especialmente atingindo mulheres, jovens, população negra e os LGBTQIA+.
2024, o ano da crise climática e crise socioambiental.
2024, ano sem descanso, ano de remédios e injeções, ano das consultas médicas, das preocupações, crise, ansiedade e stress.
2024, ano de mortes e mais mortes, muitas absurdas. E das tragédias e acidentes dos últimos dias em Minas Gerais, Tocantins com Maranhão e Rio Grande do Sul.
2024, ao mesmo tempo, foi ano do renascimento de políticas públicas e participação social, com a retomada da PNEPS-SUS, Política Nacional de Educação Popular em Saúde, da Economia Popular e Solidária, da participação social com educação popular, da retomada de Conselhos e Conferências, da reconstrução da Política Nacional de Agroecologia e Produção Orgânica e de SAN, Segurança Alimentar e Nutricional, no diálogo entre o governo federal e a sociedade civil, ONGs, Pastorais, movimentos sociais e populares.
2024 foi ano do XXV Fórum Paulo Freire acontecido na UFRGS em Porto Alegre.
2024 foi ano da Assembleia Nacional do Movimento Fé e Política.
2024, ano de Feiras de ECOSOL, de Cozinhas Comunitárias e Solidárias, de solidariedade nas periferias e Formação na Ação.
No final de 2024, ano dos 41 anos bem vividos do CAMP, Centro de Assessoria Multiprofissional, e da inauguração da redação do Brasil de Fato RS na sede do CAMP, no centro de Porto Alegre, não havia como não declamar um poema, especialmente escrito para sua Assembleia Geral em 17 de dezembro. E dizer, proclamar, anunciar que não tá morto quem peleia.
“OS TEMPOS E OS VENTOS - Aos 41 anos do CAMP
Lá fora,/ o vento uiva./ Cá dentro,/ o tempo urge e ruge.
Lá fora,/ as almas estão vazias./ Cá dentro,/ os corações pulsam.
Lá fora,/ os gritos são tensos./ Cá dentro,/ as mãos se entrelaçam.
Lá fora,/ a ventania se espalha./ Cá dentro,/ a Pachamama ri de felicidade.
Lá fora,/ há um rugido no ar./ Cá dentro,/ as vozes se ampliam.
Lá fora,/ os passos são trôpegos./ Cá dentro,/ há povo.
Lá fora,/ os gemidos são muitos./ Cá dentro,/ os olharem se cruzam.
Lá fora,/ o silêncio impera./ Cá dentro,/ há uma sólida corrente de ar.
Lá fora,/ é preciso agir./ Cá dentro,/ ninguém solta a mão de ninguém.
Lá fora,/ a casa está vazia./ Cá dentro,/ as fontes da vida brilham.
Lá fora,/ muitas vezes a discriminação, o desrespeito./ Cá dentro,/ a igualdade, sempre.
Feliz e finalmente,/ os tempos e os ventos sopram,/ cheios de energia./ As luzes se acendem./ As estrelas são guias.
Lá fora,/ já não há mais medo./ Cá dentro,/ todo mundo fala e canta.
Lá fora,/ 2024 foi pro espaço, acabou./ Cá dentro,/ Paulo Freire reencanta.
Lá fora,/ há vida, prazer e amor./ Cá dentro,/ os corpos dançam alegremente.
Lá fora,/ as vozes anunciam a Boa Nova para 2025./ Cá dentro,/ caminha, viva, a democracia.
Lá fora,/ a resistência acontece,/ na força do povo./ Cá dentro,/ há unidade popular.
Lá fora,/ enfrenta-se a crise com fé e coragem./ Cá dentro,/ a democracia ressuscita.
Lá fora,/ as multidões profetizam./ Cá dentro,/ a Casa Comum tem cuidados.
TAMO VIVO,/ aos 41 bem vividos!
Lá fora,/ pulsam de novo a justiça e a liberdade./ Cá dentro,/ há educação popular,/ há trabalho de base.
Lá fora,/ o ESPERANÇAR se espraia.
Cá dentro e lá fora,/ há as Cozinhas Comunitárias e a Economia Popular e Solidária,/ há o CAMP,/ na construção da Sociedade do Bem Viver.
Lá fora e cá dentro,/ os movimentos sociais e populares,/ com garra, fé e coragem,/ fazem a boa luta.”
FELIZ ANO NOVO, caras leitoras, caros leitores. Feliz 2025 a todas e todos vocês.
* Este é um artigo de opinião e não necessariamente expressa a linha editorial do Brasil de Fato.
Edição: Katia Marko