Rio Grande do Sul

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Fernanda Melchionna cobra investigação do MPT sobre escala 10x1 na Companhia Zaffari

Deputada fez a denúncia ao Ministério Público do Trabalho por suspeita de violação de direitos trabalhistas

Brasil de Fato | Porto Alegre (RS) |
Companhia Zaffari do Rio Grande do Sul é um dos maiores monopólios do varejo de alimentos brasileiro - Reprodução/Zaffari

Enquanto o Brasil se mobiliza exigindo o fim da escala de trabalho 6x1, denúncias feitas por trabalhadores da Companhia Zaffari apontam o uso da escala 10x1 na rede de supermercados do Rio Grande do Sul. Diante das denúncias publicadas pelo Brasil de Fato em parceria com o jornal O Futuro, a deputada federal Fernanda Melchionna (PSOL-RS) apresentou, nesta terça-feira (11) uma denúncia ao Ministério Público do Trabalho do Rio Grande do Sul (MPT-RS) contra a empresa e exigiu investigação. 

A deputada solicitou a abertura de inquérito civil, investigação sobre a validade do Acordo Coletivo de Trabalho (ACT) firmado entre a Companhia Zaffari e o sindicato da categoria, além de investigação e responsabilização da empresa por violação de direitos trabalhistas. Uma investigação também foi solicitada à Superintendência Regional do Trabalho e Emprego no Rio Grande do Sul.

"As inúmeras denúncias de trabalhadores do Grupo Zaffari configuram graves violações aos direitos trabalhistas. As práticas relatadas são revoltantes, ainda mais em uma empresa com um faturamento de quase R$ 8 bilhões que, se as denúncias forem comprovadas, é ganho às custas dos direitos, da saúde, da dignidade de milhares de trabalhadores. Inaceitável. O Grupo Zaffari precisa ser investigado", afirma Fernanda.

Na denúncia, a deputada descreve que as denúncias feitas pelos trabalhadores envolvem jornada de até 10 horas diárias e 80 horas semanais, incluindo escala de trabalho 10x1 e trabalho em três domingos seguidos; salário abaixo do mínimo nacional; horas extras obrigatórias sem pagamento ou compensação com folgas; auxílio-alimentação condicionado ao trabalho em domingos e feriados, depositado em cartão próprio que só pode ser usado em estabelecimentos do Grupo Zaffari e assédio moral. A empresa é composta por 12.500 funcionários e teve faturamento de R$ 7,6 bilhões em 2023.

O Brasil de Fato RS procurou a empresa, o sindicato, o Ministério Público do Trabalho e a Superintendência Regional do Trabalho e aguarda um posicionamento. O espaço segue aberto para manifestações.

Edição: Vivian Virissimo