Rio Grande do Sul

EDUCAÇÃO

CPERS realiza protesto em defesa da educação pública em Porto Alegre

Ato público em frente do Palácio Piratini, em Porto Alegre (RS), aconteceu na última sexta-feira (6)

Brasil de Fato | Porto Alegre (RS) |
Professores e servidores de escolas protestam na frente do Palácio Piratini - Foto: Jorge Leão

Centenas de professores e funcionários das escolas estaduais gaúchas realizaram um ato em defesa da escola pública em frente do Palácio Piratini, em Porto Alegre (RS), na última sexta-feira (6).

A manifestação criticou a realização das chamadas parcerias público privadas defendidas pelo governo Eduardo Leite (PSDB) em 99 escolas estaduais. A proposta de terceirização de escolas têm sido alvo de críticas de sindicatos e da comunidade escolar.

A diretora do CPERS Carla da Silva Cassais destacou que a categoria está mobilizada no estado inteiro em defesa da educação pública de qualidade. “E isto se traduz em um governo que não queira privatizar a educação pública, que valorize os profissionais, e que pense que quando a educação é valorizada é crescimento para todo o povo”.

Neiva Lazzarotto, diretora do 39º Núcleo lembrou que a luta tem sido por reajuste salarial, condições de trabalho, para que cesse o desconto dos aposentados, também contra o arcabouço fiscal, porque na economia de R$72 bilhões é um ajuste fiscal exigido pelo sistema financeiro e pelos ricos.

“Mas principalmente nosso núcleo está lutando porque o Eduardo Leite quer implantar parcerias público-privadas em 99 escolas do estado, sendo 32 em Porto Alegre. É gravíssimo. Eles dizem que é só a gestão da merenda, da limpeza, da monitoria e da vigilância. No entanto começa uma empresa dentro da escola controlando isso. Mas para nós tudo o que existe na escola é pedagógico, tem interação com o estudante, ajuda a formar. Trata-se de um projeto pernicioso e que só tem um objetivo: que empresas lucrem metendo a mão nos fundos milionários da educação. O governo vai gastar mais do que gastaria se repassasse, mas verbas diretamente para as escolas. Nós já vimos o que aconteceu com a CEEE, com a Carris, cujos serviços pioraram. E o mais grave quem vai decidir quais serão as empresas selecionadas será a Bolsa de Valores de São Paulo”, concluiu.

O vice-presidente do CPERS, Alex Saratt, afirmou que o sindicato segue firme na luta por uma educação pública de qualidade e pela valorização de toda a categoria. “A gestão democrática é um dos pilares da questão pedagógica, ela é sistemática e sistêmica. O processo que acontece no Rio Grande do Sul, desde a apresentação daquele conjunto denominado de Marco Legal da Educação Pública Gaúcha. Na época nos já criticávamos dizendo que a lei existente não era melhor possível, mas era uma lei suficiente e garantia a prática da democracia no ambiente escolar. O que veio foi uma legislação inconstitucional que proíbe a candidatura de dirigentes sindicais para as direções de escola e, ainda por cima, com uma visão tecnocrática”, disse Saratt.

“A escola é um ambiente vivo, dinâmico e não serão planilhas ou cartilhas que vão determinar sua eficiência e sua vida plena. Fomos derrotados, mas fica a dúvida com uma séria desconfiança de que não foi obra do acaso, mas sim um movimento planejado para afastar as pessoas deste processo.”


Professora Carla da Silva Cassais participa do protesto / Foto: Jorge Leão


Edição: Katia Marko