A denúncia feita ao Brasil de Fato e pelo jornal O Futuro de que os supermercados da Companhia Zaffari submetem os seus empregados a uma escala de 10 dias trabalhados e apenas uma folga incendiou as redes sociais a começar por deputadas e vereadoras. “Isso não é escala, é exploração! Lucro acima da dignidade? NÃO VAMOS TOLERAR!”, postou a deputada federal Daiana Santos, do PCdoB-RS.
“Enquanto o Zaffari lucrou R$ 7,6 bilhões em 2023, 12,5 mil trabalhadores enfrentam escalas de até 10 dias seguidos de trabalho para uma folga, salários líquidos de cerca de R$ 1,2 mil e jornadas exaustivas com manipulação de banco de horas”, repercutiu Juliana Souza, vereadora eleita do PT em Porto Alegre.
“Jornadas análogas à escravidão”
“Condições de trabalho e jornadas análogas à escravidão. É um absurdo! O Zaffari é a 12ª maior rede de hipermercados do Brasil, com faturamento superior a R$ 7 bilhões no último ano”, concordou Karen Santos, vereadora do Psol na capital gaúcha.
“Trabalhar 10 dias seguidos para ter apenas 1 de folga? Isso é desumano!”, definiu Natasha Ferreira, vereadora do PT eleita neste ano. “Relatos chocantes mostram manipulação de banco de horas, transgressão de direitos e até sindicatos cúmplices desse esquema de exploração”, criticou.
“Práticas desumanas e ilegais”
“É inadmissível que, enquanto avançamos nas discussões sobre o fim da escala 6x1, uma rede tão grande como o grupo Zaffari insista em práticas tão desumanas e ilegais”, reclamou a deputada federal Fernanda Melchionna, do Psol.
“Esperamos que o Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) investigue o caso com urgência e que os direitos desses trabalhadores sejam assegurados!”, acrescentou.
“Denúncias apontam condições de trabalho degradantes, manipulação de banco de horas, transgressão de direitos e carga horária de quase 11 horas ao domingo”, disse a deputada estadual Laura Sito, do PT.
Matheus Gomes, deputado estadual do Psol, também reagiu após a publicação da matéria: "10x1 na rede de supermercados Zaffari… isso precisa ser investigado urgentemente!"
A Companhia Zaffari foi contatada para comentar sobre os relatos de seus funcionários. O espaço segue aberto.
“Especulação imobiliária”
À denúncia juntaram-se outras duas anteriores envolvendo devastação ambiental promovida pelos supermercados em Porto Alegre. Uma delas é o erguimento de uma torre de 130 metros no bairro Menino Deus em exame pelo Conselho do Plano Diretor da cidade. A outra aponta para a derrubada dos últimos resquícios de Mata Atlântica no bairro Jardim Itu Sabará.
“O Ministério público começou a apurar hoje os impactos ambientais na obra no Jardim Sabará”, notou Laura.
“É importante que a gente siga denunciando os prejuízos que esse grupo vem causando aos trabalhadores e à cidade”, insistiu Karen. “Agora querem lucrar também com a especulação imobiliária, desmatando e comprometendo o meio ambiente”, agregou Natasha.
Edição: Ayrton Centeno