Em Porto Alegre (RS), o Serviço de Promoção da Vida (Seprovida) nasceu da necessidade de criar condições, dentro das escolas, de enfrentamento à violência e o adoecimento, tanto físicos quando emocionais. O projeto realiza nesta quarta-feira (27), seu primeiro seminário intitulado 'Onde Está a Vida na Escola? Transformar o quotidiano escolar em oportunidade', das 8h às 12h, no Auditório da Arquitetura, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). O evento é promovido pelo Programa de Mestrado Profissional em Filosofia (Prof-Filo/UFRGS) e tem como objetivo apresentar os resultados e experiências do projeto ao longo de 2024.
Conforme explica o professor de filosofia André D. Pares, o objetivo do Seprovida é criar condições para realização de projetos que enriqueçam o ambiente escolar com estímulos permanentes para as boas relações, experiências positivas, reconhecimentos de potencialidades e fortalecimento de vínculos.
“Dizemos 'dentro da escola' porque o que vivemos diariamente é o sucateamento da educação pública em relação às condições de trabalhão, seja em temos de recursos humanos, seja em temos de infraestrutura. Ou seja, é que quem vive o quotidiano da escola que precisa criar as próprias condições de enfrentar as suas dificuldades.”
De acordo com ele, o projeto ganhou força na parceria da Secretaria Municipal de Educação (SMED) com a Sociedade Psicanalítica de Porto Alegre (SPPA) e foi reunindo outras parcerias, como a UFRGS, para pensar e agir sobre questões da Educação Básica pública.
Hoje, o projeto está em três escolas da Rede Municipal de Educação de Porto Alegre (RME), com carga horária específica desde o início de 2024.São elas: EMEF N. S. do Carmo, EMEF Morro da Cruz, EMEF Prof. Judith Macedo de Araújo.
Conforme aponta o professor, alguns resultados são: menor frequência de necessidade de guarda municipal na escola, melhora nas relações interpessoais no ambiente escolar, entre outras.
Onde Está a Vida na Escola?
“A vida na escola está nas relações tão cheias de significado a cada palavra, a cada olhar, a cada gesto, a cada estímulo, a cada reconhecimento das potencialidades de cada pessoa, a cada nova tentativa, a cada consideração com aquela e aquele ser único em seu momento tão único de estar aprendendo algo. Nenhum outro campo social oferece relações tão repletas de emoções quanto o campo da educação oferece, especialmente na educação básica, especialmente na educação pública. Precisamos reconhecer isso e lutar pelas melhores condições pra isso aconteça da melhor forma possível, que é o que as pessoas merecem e, sobretudo, têm direito”, afirma Pares.
Conforme pontua o professor, as pessoas, naturalmente, desejam aprender. “Estamos a todo momento aprendendo e buscando aprender mais. Portanto, o quotidiano da escola é pura oportunidade de aprendizagem. É preciso ter saúde pra ter consciência disso, e então, criar as condições para as melhores experiências de aprendizagens, respeitando tempos, diversidades , desejos, dificuldades. Sobretudo, liberdade de ensino para não sermos premidos por pressões da sociedade que pouco têm a ver com processos educacionais, como padronizações, competição, índices numéricos”.
Inscrições pelo formulário: https://forms.gle/u7SrC1qqC6vcyZAw7
Edição: Katia Marko