Ambientalistas, movimentos socioambientais, estudantes, membros da sociedade civil, parlamentares e autoridades políticas estiveram presentes nesta quinta-feira (21), em Audiência Pública na Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul, para debater sobre o desmatamento e a possível privatização do Parque Saint'Hilaire, localizado em Viamão. Entre os encaminhamentos foi proposto formular um estudo de ação na justiça solicitando a imediata paralisação da obra no Parque sob pena de danos ambientais irreversíveis.
A audiência pública foi promovida pelo deputado estadual Adão Pretto Filho (PT). Durante a reunião foram feitas inúmeras denúncias de irregularidades ambientais, sociais, tributárias e de manejo de trabalho no Parque Saint'Hilaire. Ao final da plenária foi encaminhada uma Comissão de Trabalho para exigir providências e solicitar esclarecimentos sobre os valores empregados na obra do parque, além de maior rigor e fiscalização. Um documento esclarecendo a gravidade da situação também vai ser enviado para o Ministério Público e ao Tribunal de Contas do Estado.
“Tem recurso do Estado sendo usado para destruir”, afirma Paulo Brack, membro do Conselho Municipal e Estadual de Meio Ambiente e coordenador do Instituto Ingá. Segundo Paulo, o que está acontecendo no Parque Saint'Hilaire é um verdadeiro crime ambiental. Desmatamento da mata atlântica, destruição da fauna e negligência com as nascentes. “A emergência climática que estamos vivendo não é obra do acaso. O desmatamento de áreas verdes como o que estamos vendo no Parque Saint'Hilaire traz resultados. Não podemos nos calar diante dessa situação, que configura um crime ambiental, na minha opinião”, afirmou Adão Pretto.
Com o auditório lotado, a vereadora Maristela Maffei chamou a atenção de representantes que não estavam presentes, “tenho que denunciar a irresponsabilidade de todos os órgãos que não estão presentes nesta plenária”. O objetivo é unir esforços e levar a pauta às instâncias superiores porque segundo a comunidade local as ações solicitadas até agora não foram executadas pelas instâncias procuradas.
Iliete Citadin, representante do Movimento Não ao Lixão em Viamão, destacou que a cidade como um todo está tendo um grande desastre ambiental. Além do Parque Saint'Hilaire, incluiu a revitalização do lago Tarumã e a possível construção de um aterro sanitário. “Temos que tomar atitudes mais fortes e encaminhar ações imediatas. Nós debatemos o coletivo e o público, temos que denunciar quem está causando tudo isso.” E convidou todos os participantes a estarem presentes na audiência pública do dia 28 de novembro sobre o Lixão, na Câmara de Vereadores de Viamão.
Edição: Katia Marko