A chegada de um bebê prematuro em uma família é sempre cercada de muita preocupação, insegurança e medo. Em 17 de novembro é celebrado o Dia Mundial da Prematuridade. A campanha Novembro Roxo é dedicada para tratar sobre o tema e alertar a população sobre as possíveis causas e consequências dos partos prematuros. Segundo dados do Ministério da Saúde, o Brasil ocupa o 10º lugar no ranking mundial de nascimentos prematuros, com aproximadamente 330 mil casos anuais de nascimentos antes da 37ª semana de gestação todos os anos.
Apesar dos números ainda serem altos, a taxa de partos prematuros no Brasil caiu de 12,5% em 2015 para 10,6% em 2023. Os dados representam um importante avanço na redução da mortalidade infantil e de complicações futuras. Segundo a ONG Prematuridade (única organização sem fins lucrativos nacional dedicada à causa), para acelerar esta queda é necessário fortalecer ações de prevenção, ampliar o acesso ao pré-natal de qualidade, além de promover a conscientização sobre fatores de risco. Também defendem investimento em projetos sociais e iniciativas políticas para mudar o cenário da saúde materna, neonatal e pediátrica.
Cassiane Alves, 40 anos, é integrante da ONG e apoia famílias que passam por situações semelhantes às que ela passou. Mãe de gêmeas que nasceram com 23 semanas de gestação, em prematuridade extrema. Uma das meninas, Lívia, faleceu três dias após o nascimento e Luísa enfrentou uma batalha diária pela vida. Após passar por várias complicações comuns a prematuros, saiu do hospital saudável. E é essa vitória que motiva Cassiane a trabalhar em prol da prevenção de partos prematuros e a garantia dos direitos dos bebês prematuros e as suas famílias. "Hoje, Luísa tem 12 anos e é uma menina cheia de vida", comemora.
“Com essa experiência, sempre encorajo as mães a acreditarem nos seus filhos. A medicina faz o possível, mas o amor e a presença constante junto à incubadora são fundamentais. Sempre digo que o amor é 80% do processo. Ele ajuda a superar desafios, cura e transforma. Sou imensamente grata pela Luísa e pela oportunidade de compartilhar essa força com outras famílias", afirma Cassiane Alves.
Ong Prematuridade
A Associação Brasileira de Pais, Familiares, Amigos e Cuidadores de Bebês Prematuros (ONG Prematuridade.com) nasceu da experiência de pais e profissionais de saúde com a prematuridade e suas consequências, em novembro de 2014. No Novembro Roxo, a instituição realizou uma série de debates com o tema “Mais de 13 milhões de bebês prematuros todos os anos: acesso a cuidados maternos e neonatais de qualidade em todos os lugares”. Quem faz a ONG são voluntários espalhados pelo Brasil como Cassiane Alves.
“Esse processo com minhas filhas me trouxe muita vontade de apoiar outras mães que passam por situações semelhantes. Entrei para uma ONG que luta pelos direitos dos prematuros, e ver o crescimento desse movimento, com tantas mães e crianças beneficiadas, é inspirador. A fundadora, Denise, sempre teve uma empatia enorme com essas causas, apesar de não ter filhos prematuros. É uma alegria ver como a ONG se expandiu por todo o Brasil, ajudando tantas famílias”, comenta a mãe.
Audiência Pública
No dia 13 de novembro, a Assembleia Legislativa do Estado do Rio Grande do Sul (ALRS) realizou audiência pública “Prematuridade no RS – Novos desafios: união de esforços para grandes recomeços”. O evento teve como objetivo discutir o cenário do parto prematuro no território gaúcho.
Edição: Katia Marko