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2025, ano-chave

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2025 é o ano de luta para garantir um Planeta Terra com vida para todos os seres vivos - Reprodução
O ano de 2025, neste contexto, abre muitas possibilidades e necessidade de ações de urgência

Passadas as eleições municipais, é preciso pensar para frente, pensar o futuro imediato e o futuro estratégico. No caso, pensar o que fazer no ano de 2025.  Não é tempo de colocar no centro das atenções 2026, ano eleitoral, mas ainda distante, como muitos, infelizmente, estão fazendo. 2025 é ano-chave. Ou deverá ser transformado em ano-chave. É ano sem eleições, terceiro ano do governo Lula. Eleições e candidaturas para 2026 podem esperar o tempo certo chegar. 2025 é ano para construir e reconstruir.

O Brasil e o mundo estão em ebulição e em crise. A conjuntura mundial e nacional está mais do que complexa.

A eleição de Dolnald Trump e o resultado de diferentes eleições, com vitória da direita e ultra-direita, inclusive na Europa, acenderam o alerta geral. 

A paz já não existe no mundo, concretamente, com as guerras em curso, e sem previsão de término e, portanto, de paz. Há uma guerra mundial, certamente nuclear, a caminho, ou em possibilidade.

A crise climática está presente no cotidiano, não só do Rio Grande do Sul, mas também do Brasil e do mundo, haja vista as enchentes e tragédia com muitas mortes na Espanha e outros tantos acontecimentos recentes. Todas as avaliações de especialistas indicam para os perigos nas próximas décadas, com destruição da natureza e do meio ambiente, água faltando, florestas sendo destruídas, vidas em risco.

O ano de 2025, neste contexto, abre muitas possibilidades e necessidade de ações de urgência. Pode, deve ser um ano especial de construção e reconstrução, o que vai exigir muito de militantes, revolucionários e sonhadores das boas causas e de uma Sociedade do Bem Viver.

A COP 30 (30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima) acontecerá no Brasil, em Belém, Pará, em novembro de 2025. Poderá ser um momento especial de pensar o futuro, acompanhado das Conferências municipais, estaduais e nacional do meio ambiente já em andamento, e que precisam ser assumidas e reforçadas por todo mundo que está preocupado com a conjuntura.

Os movimentos sociais e populares e o campo democrático-popular estão convocados para uma grande unidade política, para voltar a pensar um projeto estratégico de sociedade e um programa de transformação política, social, econômica, ambiental, com enfrentamento da desigualdade e da injustiça social, com diálogo entre todas e todos que buscam a paz. Muito trabalho de base e mobilização social. Muita Formação na Ação.

Nas palavras de Frei Betto, é tempo de dar prioridade máxima para a educação política, com envolvimento, via políticas de formação, e apoio do governo federal, de pelo menos 50 mil educadoras e educadores populares, ainda em 2025.

É urgente o avanço e consolidação de políticas públicas com participação social. É o caso da PNEPS-SUS, Política nacional de Educação Popular em Saúde, retomada pelo Ministério da Saúde em diálogo com diferentes movimentos sociais, ONGs, Pastorais, e que acabou de completar 12 anos de sua instituição em 2012: fazer acontecer o AGPOPSUS, formação e envolvimento de milhares de Agentes Comunitários de Saúde Brasil afora. A Participação Social com Educação popular, coordenada pela Secretaria Geral da Presidência, e que já teve Seminários Regionais e propõe a instalação Fóruns Estaduais de Participação social precisa avançar com urgência, inclusive com o OP, Orçamento Participativo, nacional. As políticas de Economia Popular e Solidária, sob coordenação da Senaes, Secretaria Nacional de Economia Solidária, e envolvimento de educadoras e educadores populares por todo Brasil, estão em construção e avanço.

São alguns exemplos concretos de políticas públicas com participação social, acompanhadas de retomada dos Conselhos e Conferências. Com a retomada, por exemplo, entre outros muitos exemplos, com suas políticas e programas, do Consea, Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional, do Conselho Nacional de Economia Solidária, e da CNAPO, Comissão Nacional de Agroecologia e Produção Orgânica. Deverão envolver também a população negra, as juventudes, o povo indígena, as mulheres, quilombolas, sem-terras, sem-teto, população em situação de rua, recicladoras-es, agricultoras-es familiares, povo das periferias e todas e todos aquelas e aqueles que se dispõem a construir a paz, a igualdade, a justiça social com soberania e democracia.

A Campanha da Fraternidade 2025, à luz da Encíclica 'Laudato Sì' e da Exortação Apostólica 'Laudate Deum' sobre Ecologia Integral do Papa Francisco e na comemoração dos 800 anos de Francisco de Assis, tem como tema central: Fraternidade e Ecologia integral. Seu objetivo geral, mais que oportuno e necessário neste momento histórico: “Promover, em espírito quaresmal e em tempos de urgente crise socioambiental, um processo de conversão integral, ouvindo o grito dos pobres e da terra”

2025 é o ano. 2025 deverá ser o ano na luta por paz, por soberania e democracia, na garantia de um Planeta Terra com vida para todos os seres vivos.

Este é um artigo de opinião e não necessariamente expressa a linha editorial do Brasil de Fato.

Edição: Vivian Virissimo