Rio Grande do Sul

Alimentação Saudável

Diversidade marca a 2ª Feira da Agricultura Familiar de Porto Alegre

Localizada no Largo Glênio Peres, a feira segue até este sábado (9)

Brasil de Fato | Porto Alegre (RS) |
Este ano, a feira conta com 94 expositores de diferentes regiões do Rio Grande do Sul - Foto: Jorge Leão

Ao lado do Mercado Público, no Largo Jornalista Glênio Peres, desde esta segunda-feira (4), está acontecendo a 2ª Feira da Agricultura Familiar de Porto Alegre, que segue até o dia 9 de novembro. A promoção é da Fetag-RS, com o apoio da Prefeitura. A feira tem entrada gratuita e funciona diariamente das 8h às 19h.

Este ano, a feira conta com 94 expositores de diferentes regiões do estado em parceria com a Associação dos Produtores da Rede Agroecológica Metropolitana (Rama). Três empreendimentos da Capital participam oferecendo produtos orgânicos: Sítio Natural, com hortaliças; Porto Verde Orgânica, com flores e hortaliças, e Chácara Vila Nova Orgânicos, com suco, açaí, geleias, sorbet, cuca, cupcake, morango para suco e mudas.

A primeira edição da Feira foi realizada em 2023. A deste ano traz mais diversidade, como a presença de guardiões de sementes crioulas, como é o caso de Marlete Sornberger, do município 15 de novembro, a 308 Km da capital. “Estou participando da segunda feira da agricultura familiar em Porto Alegre, a minha primeira participação. E estamos aqui com sementes que já fizeram parte de muitas gerações e muitas famílias, que foram repassadas ao longo dos anos”.

De acordo com a guardiã, na feira de 2023, ela era menor e que tinha em sua maioria agro-indústrias com alimentos e bebidas. “Não teve uma participação tão grande das plantas e nem de sementes. Mas este ano estamos aqui, e com uma diversidade bem grande de sementes crioulas, sem o uso de agrotóxico. Não é necessário comprar, pode vir olhar também”, convida Marlete. 


Marlete Sornberger / Foto: Jorge Leão

Expectativa de vendas 

A expectativa dos comerciantes da feira, é que ela siga o resultado da 47ª Expointer deste ano, que ocorreu entre 24 de agosto e 1º de setembro. A edição foi marcada por um momento significativo para a agricultura gaúcha, especialmente após as adversidades climáticas que atingiram o estado em maio deste ano. O Pavilhão da Agricultura Familiar reuniu expositores de 181 municípios e foi recorde de vendas, que totalizaram R$ 10.880.097,00 – um crescimento de 25,44% em relação ao ano anterior.

Participando pela segunda vez da Feira, Clarice Rohr, da agroindústria Produtos Lilien, da cidade de Picada Café, é uma das comerciantes que está na expectativa de aumento de vendas. “Os clientes voltam, eles ficam sabendo que a gente está aqui, a gente está postando nas redes sociais também. A minha expectativa é que esteja melhor que no ano passado. A Expointer deste ano também foi bem melhor que no ano passado. Mesmo com tudo que aconteceu, acho que vai superar as vendas do ano passado, com certeza”, sinaliza. 


Clarice Rohr / Foto: Jorge Leão

O tudo que aconteceu ao que se refere Clarice, diz respeito a enchente histórica de maio. De acordo com dados das secretarias da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação (Seapi) e de Desenvolvimento Rural (SDR), mais de 206 mil propriedades foram afetadas. Conforme o relatório de impactos das chuvas e cheias extremas no Rio Grande do Sul, as famílias tiveram prejuízos com perdas na produção e na infraestrutura, e 34.519 famílias ficaram sem acesso à água potável. 

“Diretamente a gente não foi afetado, mas claro, todo mundo perdeu porque não teve venda, acabaram as feiras, né? Ficamos dois meses praticamente sem ter atividades, que no nosso caso, o nosso ganha-pão mesmo são as feiras e ficamos sem. Deu um susto grande na gente. A gente pensou em desistir, porque já estávamos vindo da pandemia, vindo de estiagem. Mas a gente luta, porque precisa das feiras. Deu um susto, mas a gente é forte, tem fé e tudo já voltou ao normal e ainda melhor, né?”, afirma Clarice. 

Já o comerciante João Robaski Meregali, da agroindústria Mel da Terra, de Santo Antônio da Patrulha, teve sua produção atingida. “Nós trabalhamos com produção de seis tipos de mel, extrato de própolis e velas de cera de abelha. Esse ano foi um ano de bastantes desafios. Por causa das enchentes nós tivemos uma perda de produtividade de 65%. E perda de algumas pequenas colmeias por causa de deslizamentos”. 


João Robaski Meregali / Foto: Jorge Leão

Apesar dos percalços, e da baixa produção, João comenta que conseguiram participar da Expointer e agora na segunda feira da Agricultura Familiar. “Temos uma boa expectativa também de vendas. O pessoal está vindo conhecer os nossos produtos, experimentando os méis, o extrato de própolis. Estamos felizes por estar aqui e pela oportunidade, que é uma coisa que nos ajuda bastante por ter sofrido esse período de dificuldade no mês de maio”.


Foto: Jorge Leão


Foto: Jorge Leão


 Foto: Jorge Leão


Foto: Jorge Leão


Foto: Jorge Leão


Foto: Jorge Leão


 Foto: Jorge Leão


Foto: Jorge Leão


Foto: Jorge Leão


Edição: Vivian Virissimo