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CINEMA

O filme gaúcho Bicho Monstro entra na lista dos favoritos do público da Mostra de São Paulo

Dirigido pelo cineasta de Campo Bom Germano de Oliveira, longa está entre os 16 favoritos do público

Brasil de Fato | Porto Alegre (RS) |
As cidades gaúchas de Santa Maria do Herval e Morro Reuter foram os cenários para o longa que integra o seleto grupo de três filmes brasileiros que concorrem ao Troféu Bandeira Paulista - Foto: Reprodução / Bicho Monstro

Filme dirigido pelo cineasta de Campo Bom (RS) Germano de Oliveira, Bicho Monstro está entre os 16 favoritos do público na categoria Novos Diretores da 48ª Mostra Internacional de Cinema de São Paulo. As cidades gaúchas de Santa Maria do Herval e Morro Reuter foram os cenários para o longa que integra o seleto grupo de três filmes brasileiros que concorrem ao Troféu Bandeira Paulista. A premiação dos vencedores acontece dia 30 de outubro na cerimônia de encerramento do evento.

Em um vilarejo rural de colonização alemã, a pequena Ana assiste a uma peça sobre a história do Thiltapes, um perigoso animal que vive na mata cuja forma real ninguém conhece. Duzentos anos antes, um botanista que escreve sobre a região ouve falar sobre esse mesmo animal. As histórias se intercalam, ambos em uma obcecada busca pelo Thiltapes imaginário, ao mesmo tempo em que encaram seus próprios demônios: o debilitado botanista ávido por uma descoberta que justifique sua viagem e Ana intrigada com seu pai, suspeito de ter cometido um crime brutal contra a vaca de um vizinho.

Sobre o filme

O diretor se inspirou no realismo fantástico e em sua familiaridade com os vilarejos interioranos. Da junção desses elementos veio o Thiltapes, o pássaro fantasioso referenciado em áreas de imigração alemã. “Desse contato vem a ideia de trabalhar esse registro de um animal muito local, uma lenda muito contada na região, e tentar explorar um pouco essas diferentes versões que essa lenda, esse mito pode assumir”, explica.

“São muitas as formas possíveis do animal imaginário, assim como o tom com que a história pode se apresentar: desde uma brincadeira engraçada até um conto de terror“, conta Oliveira.

“O filme busca apresentar essa profusão de formas da mesma história e o contágio dessa narrativa através do tempo. A partir dela, tanto uma menina no presente, como um botanista no passado inventam seus próprios monstros a partir de seus conflitos pessoais.”

Araci Esteves, Kamilly Wagner, Décio Worst e Carlos Alberto Klein integram o elenco de Bicho Monstro. Este é o primeiro longa-metragem de Oliveira como diretor, conhecido até então pelo seu trabalho de montagem em projetos como o filme “7 Prisioneiros”, da Netflix, que lhe rendeu o prêmio de melhor montagem no IX Prêmio Platino do Cinema e do Audiovisual Ibero-americano. Ele também atuou como montador do longa “Tinta Bruta” (2018) e da série “Boca a Boca” (2020).

A produção é realizada pela Casa de Cinema de Porto Alegre e Vulcana Cinema, em coprodução com a Avante Filmes. A distribuição é feita pelas empresas Boulevard Filmes e Vitrine Filmes, e o projeto conta com financiamento do Fumproarte e do Fundo Setorial do Audiovisual (FSA).


Edição: Katia Marko