Segundo maior colégio eleitoral do estado, Caxias do Sul, na região serrana do Rio Grande do Sul, reelegeu no segundo turno deste domingo (27) o atual prefeito, Adiló Didomenico (PSDB), com 116.730 votos (51,38%), contra 110.476 votos (48,62%) do candidato Maurício Scalco (PL).
Scalco perde de virada, já que terminou na liderança do primeiro urno, com 38,07% dos votos, enquanto Didomenico havia feito 27,55%. Além de Caxias do Sul, as cidades de Porto Alegre, Canoas, Pelotas e Santa Maria também tiveram segundo turno neste domingo.
Reeleito ao paço municipal, Adiló Didomenico, 72 anos, é natural de Marau e começou a militar na política estudantil na década de 1970. O candidato fez parte da fundação do PTB em Caxias do Sul, na década de 1980. De 1989 a 1997, ele presidiu o Conselho Administrativo da Companhia de Desenvolvimento de Caxias do Sul (Codeca). Além disso foi comerciante por mais de três décadas. Foi vereador da cidade. Em 2013, assumiu o papel de secretário municipal de Obras e Serviços. Permaneceu no cargo até março de 2016. Ele é formado em Economia e pós-graduado em Marketing.
Seu candidat a vice, Edson Humberto Néspolo, é professor da Educação Básica. Filiado ao União Brasil, ele já concorreu a prefeito da cidade e a deputado estadual.
Durante a campanha, Adiló pontuou como pautas centrais a infraestrutura e a zeladoria de Caxias do Sul. “Desde maio do ano passado, tivemos longos períodos chuvosos e também muitas obras na cidade. Tivemos enchente em setembro, em novembro, em janeiro e em maio deste ano. Isso agravou muito a situação das vias. Perdemos a usina de asfalto da Codeca, soterrada até hoje”, afirmou.
Candidato teve apoio crítico do PT
Terceira colocada no primeiro turno, com 26,29% dos votos, a deputada federal Denise Pessôa (PT) e o partido declararam voto critico no tucano. "Nesta eleição municipal o PT de Caxias do Sul buscou a construção de uma frente política democrática com dois objetivos. De um lado, para elaborar um plano de governo capaz de resgatar políticas públicas que sofreram retrocessos na administração municipal nos últimos anos. De outro, para unificar as forças políticas que vêm se opondo aos movimentos da extrema direita golpista e fascista. (...) Nossas críticas ao governo Adiló estão mantidas e não precisamos repeti-las. Por outro lado, as forças que apoiam Scalco representam a extrema direita que apoiou a tentativa de golpe em 8 de janeiro de 2023, que prega o ódio na politica e o ataque às organizações democráticas da sociedade civil, com posições claramente antidemocráticas", disse.
Ao analisar a disputa entre os dois partidos de direita em Caxias do Sul, o cientista político e professor João Ignacio Pires Lucas, em reportagem do Sul 21, afirmou que a maior parte dos municípios têm visto uma disputa mais acirrada entre direita e extrema direita, identificada com uma pauta conservadora. Segundo ele, a candidatura da coligação com o PT, que tinha Denise Pessôa (PT) e o ex-prefeito Alceu Barbosa Velho (PDT), ficou de fora do segundo turno numa disputa acirrada contra Adiló. “Não foi novidade: em 2016, o já ex-prefeito Pepe Vargas (PT) ficou de fora do segundo por poucos votos a menos que Daniel Guerra (Republicanos)”.
A cidade teve 8.861 (3,58% brancos) e 11.676 (4,71%) nulos
*Com informações do GZH e Sul 21.
Edição: Marcelo Ferreira