Um casal que passeava com seu cachorro no Parque da Redenção encontrou um corpo carbonizado de uma jovem às 9h da manhã deste sábado (26). Eles imediatamente notificaram a Brigada Militar que foi até o local. O corpo estava numa área arborizada próximo à avenida João Pessoa.
A vítima ainda não identificada apresentava queimaduras na cabeça e nos membros inferiores. A polícia Civil e investigadores do Instituto Geral de Perícias (IGP) estão tratando do caso como suspeita de homicídio.
O delegado Carlos Assis, que dirige a investigação, informou que os peritos identificaram o cheiro de substância inflamável que exalava do corpo, não sabe se era gasolina ou querosene, mas tem a certeza de que a vítima havia ingerido a substância. O cheiro ficou mais evidente ao ser aberto o cadáver.
A análise das câmeras de segurança e a perícia estão sendo tratadas como prioridades da investigação. O corpo foi recolhido pelo IGP às 10h30min. O delegado acrescentou que não há sinais de perfuração no corpo, mas acredita tratar-se de homicídio por não ter sido encontrado o vasilhame da substância inflamável. Também não descarta a hipótese de ter havido violência sexual.
Repercussão
A jornalista, integrante do Levante Feminista contra o Feminicídio, Télia Negrão, esteve no local e filmou a área. Ela destacou que o local é um dos principais parques da capital gaúcha e fica bem próximo do centro da cidade. A região fica perto da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, onde circulam cerca de 100 mil pessoas por dia. "Nós do Levante Feminista contra o Feminicídio perguntamos: Cadê as políticas públicas de prevenção? Como isso pode ocorrer num lugar que deveria, de fato, ser cuidado pela segurança pública? De que serve toda a encenação de presença policial no local? É muito revoltante ver a omissão do Estado e ainda o discurso de que aqui as mulheres estão seguras."
Télia contou também que acabara de falar com a deputada estadual Stela Farias (PT) para retomar o trabalho da Força Tarefa em parceria com o Levante Feminista e instituições. “Precisamos interromper essa curva permanentemente alta de feminicídios no Rio Grande do Sul”, concluiu.
Edição: Vivian Virissimo