Aquele Donald faz besteira na América e o mundo paga o pato

Casteladas, a coluna dos aforismos, traz o gênero literário conhecido por ser o oposto do calhamaço. A frase curta, de alegria instantânea, a serviço do humor refinado.

Um cometa passou pelos céus de Tel Aviv e foi imediatamente interceptado pelo Domo de Ferro.

O amor pela estética começou com as pinturas nas cavernas e terminou com a selfie no espelho.

Um gênero, cujas maiores contribuições ao planeta foram os cigarros e as palavras cruzadas, merece mesmo esse triste fim.

Mortes por policiais aumentam 78% no governo Tarcísio. Em São Paulo, a justiça é cega, mas a polícia tem ótima pontaria.

A ONU, no Oriente Médio, age como Freeco em privada: perfuma o imperfumável.

Nunca ouvi falar de Édouard Louis e, considerando o estado atual da literatura, isso pode ser uma benção.

Depois de 40 anos como vegetariano, atingiu seu objetivo: virou um pé de tomate e foi esmagado num molho.

Aquele Donald faz besteira na América e o mundo paga o pato.

Quando será que aquela banda de Mick Jagger se chamará The Stopping Stones?

Antes do sepultamento do hipocondríaco, pediram um minuto de selênio.

Um pelo pubiano de Lima Barreto vale mais do que todos os romances que disfarçam falta de conteúdo com excesso de experimentalismo.

Hoje, nada mais surpreende, exceto se alguém diz que vai desligar o celular por uma hora.

Misture bem, em quantidades iguais, barro e fezes, e conseguirá um tosco; mas, atenção: se puser um pouco mais de fezes, sai um fascista.

O jornalismo da Globo News parece o recreio do Colégio Nossa Senhora de Sion. E a madre superiora é a Eliane Catanhêde.

Neymar. Um ano sem jogar futebol, um ano caindo nas baladas.

* Este é um artigo de opinião e não necessariamente expressa a linha editorial do Brasil de Fato.

Edição: Katia Marko