Sabemos que a vitória do campo democrático-popular no segundo turno é difícil, mas não impossível
Dia histórico este 27 de outubro de 2024, em tempos absolutamente conturbados, de ausência de paz, de ameaças à democracia e de crise climática.
Todas e todos sabemos que a vitória do campo democrático-popular no segundo turno é difícil, mas não impossível. Nas poucas horas que faltam para o início e o término da eleição, a urgência é o debate na rua, a conversa, o corpo a corpo, a emoção encantando a política e, portanto, o resultado eleitoral.
No Rio Grande do Sul, há segundo turno em várias cidades importantes. Há possibilidades concretas de vitória, com candidatas(os) consolidadas(os) e muita história.
Em Porto Alegre, Maria do Rosário e Tamyres, duas mulheres de luta, fé e coragem, numa ampla aliança do campo democrático-popular, estão no esforço de, na capital gaúcha, recuperar o Orçamento Participativo (OP), e a palavra histórica dos Fóruns Sociais Mundiais, 'um outro mundo possível', agora, mais que nunca, urgente e necessário. Vitória difícil, mas ainda possível, depois das tragédias climáticas pelas quais Porto Alegre passou em 2023 e 2024, ante a inação e falta de cuidados e políticas do poder público municipal atual.
Em Canoas, Jairo Jorge, que conheci na Juventude Operária Católica (JOC), nos idos do final dos anos 1970 e início dos anos 1980, tem, de novo, em aliança com o PT, a chance de ser vitorioso, numa das cidades mais importantes do Rio Grande do Sul, histórica nas lutas populares e sindicais, especialmente dos metalúrgicos, do trabalho de base das Comunidades Eclesiais de Base (CEBs), e pastorais, das ocupações urbanas nas Vilas União dos Operários e Santo Dias da Silva, no Guajuviras, sempre com a presença ativa do irmão Antônio Cecchin e sua irmã Mathilde e do povo organizado.
Em Pelotas, Fernando Marroni, militante sindical de décadas e da luta popular, busca recuperar a cidade da Zona Sul do Rio Grande para a participação popular, cidade esta semana atingida por uma grande tragédia com a morte dos jovens na estrada. A vitória está à porta.
Em Santa Maria, Valdeci Oliveira, metalúrgico que encontrei no início dos anos 1980 na sua oficina de trabalho, quando fui convidá-lo para participar da Pastoral Operária (PO), e que tem uma história de organização popular, de construção de políticas públicas com participação popular na conhecida cidade universitária e de Dom Ivo Lorscheiter, impulsionador da Economia Popular Solidária e de amplos processos de formação a partir das CEBs e as pastorais sociais. A vitória está à porta.
E não há como deixar de fazer referência a São Paulo, onde Guilherme Boulos e Marta Suplicy ainda buscam virar o jogo e, no exemplo de Luiza Erundina no final dos anos 1980, recuperar a capital paulista para a participação social e popular e para políticas públicas em primeiro lugar em favor dos mais pobres entre os pobres.
Os tempos estão difíceis, é verdade. Mas a esperança continua viva. E tudo pode acontecer. Em Porto Alegre, a campanha está acesa, linda, militância a mil na rua. Até domingo, 27 de outubro de 2024, não há tempo a perder, manhã, tarde, noite, madrugada, na construção dos sonhos coletivos de solidariedade, justiça, paz, participação popular e democracia.
* Este é um artigo de opinião e não necessariamente expressa a linha editorial do Brasil de Fato.
Edição: Vivian Virissimo