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Mais uma semana: com vitória difícil, não impossível

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Nos anos 2000, Porto Alegre foi a sede do primeiro Fórum Social Mundial (FSM): 'um outro mundo possível' - Reprodução FSM
Porto Alegre e São Paulo, entre outras capitais e grandes cidades, estão no centro do debate

O resultado das eleições de primeiro turno continua em análise, com as eleições em segundo turno em pleno andamento.

Porto Alegre e São Paulo, entre outras capitais e grandes cidades, estão no centro do debate. Foi em Porto Alegre e São Paulo, com Olívio Dutra e Luiza Erundina, que o campo democrático-popular ganhou as eleições em 1988, ineditamente, levando ao surgimento do OP, Orçamento Participativo, e a construção de políticas públicas com participação popular, num país recém saído de uma longa ditadura militar, ainda em processo de redemocratização e no meio da Constituinte formuladora de uma nova Constituição, chamada Cidadã. Mais adiante, já nos anos 2000, Porto Alegre foi a sede do primeiro Fórum Social Mundial (FSM), 'um outro mundo possível', hoje, 2024, mais que nunca urgente e necessário.

Portanto, Porto Alegre e São Paulo, mais uma vez estão no centro das atenções, sendo fundamental, mais uma vez, a vitória do campo democrático-popular, numa grande aliança de todas e todos aquelas e aqueles que querem um Brasil com igualdade, com direitos sociais e fortalecimento da democracia.   

Falta uma semana para as eleições de 27 de outubro. Poucos dias, um pouco mais de semana, mas ainda com tempo mais que suficiente para virar o jogo. Nunca se ganham ou se perdem eleições antes da hora. Muitas vezes, como no futebol, a vitória vem nos acréscimos, depois de orientações do treinador, da troca de jogadores e, principalmente, do apoio maciço da torcida, que nunca deixa de apoiar e acreditar na vitória. Quem já não viu ou viveu isso?

Como virar o jogo e ganhar? Um fato novo na reta final pode mudar tudo. Chuvas e tempestades, as pessoas e bairros sem luz, por exemplo, com a inação do poder público, debates públicos, novas revelações sobre atos de corrupção, o esclarecimento melhor das propostas de cada candidato, com o tempo igual no rádio e na tv, e assim por diante. As percepções de boa parte de eleitoras e eleitores nunca são definitivas. Não são as percepções e posições de uma ou um militante, que não muda de opinião, por pior que esteja a situação, ou tenha sido o resultado do primeiro turno. O voto é sempre livre e soberano, e pode ser ganho ou perdido até as 17h do domingo, 27 de outubro.

O número enorme de abstenções no primeiro turno, de eleitoras e eleitores que não foram votar, é um primeiro e grande desafio. No caso de Porto Alegre, foram mais de 350 mil, número maior que os votos ganhos por quem foi vitorioso no primeiro turno. Foi problema de idade? Ou de doença? Ou, principalmente, pelo fato das pessoas não acreditarem mais na política e no poder de voto? De qualquer maneira, o desafio é convencer e levar ao voto no segundo turno. Só isso, já poderá mudar o resultado eleitoral.

O segundo turno é outro momento eleitoral. A conquista do voto passa muito pela emoção. A campanha que conseguir emocionar mais pode levar o voto. Emoção com sinceridade política, emoção baseada na fé, emoção a partir de um programa de governo que fale para os mais de baixo, para os mais pobres entre os pobres, para as juventudes, para os idosos, para a população negra e a população LGBTQIA+ e todas aquelas e todos aqueles que não acreditam mais na política e nas políticas onde o povo tem vez e voz.

A mais ampla unidade é fundamental no segundo turno. Todas e todos que acreditam na boa política, que lutam pela democracia precisam ser chamados, senão convocados, a buscar a vitória em Porto Alegre, São Paulo e em todas as cidades onde acontece o segundo turno eleitoral. É chamar, colocar a falar, e pedir o voto, artistas, jogadores de futebol, escritores, líderes comunitários e sindicais, profissionais liberais reconhecidos em diferentes áreas, religiosas-os, professoras-es, e assim por diante, para convencer a ir votar ou à sua mudança. Tudo com a mais ampla unidade das-os democratas, amantes da paz e da liberdade.

No mais, é rua, rua, rua. É visita casa a casa. É conversa e diálogo com todas as eleitoras e eleitores. Esta é uma semana histórica. É uma semana a ser registrada nos corações e mentes de todas e todos os amantes de um Brasil de paz e de uma Sociedade do Bem Viver. À boa luta, com fé e coragem, ESPERANÇAR. A virada e a vitória são possíveis.

* Selvino Heck é deputado estadual constituinte do Rio Grande do Sul (1987-1990).

** Este é um artigo de opinião e não necessariamente expressa a linha editorial do Brasil de Fato.

Edição: Vivian Virissimo