O Movimento de Justiça e Direitos Humanos (MJDH), o Instituto Histórico e Geográfico do RS, a Associação dos Ex-Presos e Perseguidos Políticos do RS e a Associação Riograndense de Imprensa (ARI) promovem no dia 28, às 19h, o Painel 100 anos da Coluna Prestes. Participam, como principais figuras, a neta de Luís Carlos Prestes, Ana Prestes; o presidente do MJDH, Jair Krischke; e o professor e cientista político Henrique de Castro. O evento será no Salão Nobre da ARI, na Borges de Medeiros, 915, 8º andar. Interessados poderão participar, bastando se inscrever e solicitar informações nas entidades promotoras.
A Coluna Prestes foi um movimento importante da história brasileira, comandado pelo líder comunista Luís Carlos Prestes. Ocorreu entre 1925 e 1927, protagonizando uma jornada de mais de 25.000 quilômetros percorridos pelo interior do país. Eram tempos complicados e de agitação política no Brasil. Surgindo em um contexto de instabilidade política durante o governo de Artur Bernardes, o movimento foi liderado por tenentes insatisfeitos, como Luís Carlos Prestes, e teve como objetivo denunciar a corrupção política, promover uma revolta popular e fortalecer as forças militares descontentes.
Os confrontos eram permanentes neste período. A Coluna contou com muitas mulheres entre as suas forças, como Olga Benário, Maria Werneck de Castro e Elza Fernandes, que desempenharam papéis cruciais na marcha. Em 1927, a Coluna Prestes chegou ao fim. Seus líderes, enfraquecidos pela falta de apoio e estratégia clara, decidiram encerrar a jornada sem atingir seus objetivos imediatos. As consequências foram complexas, marcando exílios notáveis, especialmente na União Soviética, onde muitos líderes foram influenciados pelo comunismo, fato que moldou subsequentemente o cenário político brasileiro.
O tenentismo foi um movimento político-militar que teve origem no Brasil durante as primeiras décadas do século XX, principalmente nas décadas de 1920 e 1930. Esse movimento foi liderado por oficiais do Exército brasileiro conhecidos como “tenentes”, a patente mais baixa dos oficiais do Exército, ocupada pelos jovens ingressantes nas Forças Armadas, que eram jovens militares insatisfeitos com a situação política, social e econômica do país, notadamente a República Oligárquica e as fraudes eleitorais. O tenentismo desempenhou um papel significativo nos eventos que antecederam a Revolução de 1930, que marcou uma mudança profunda na política brasileira.
O descontentamento de uma parcela dos oficiais do Exército em relação à República Velha (1889-1930) foi caracterizada basicamente pela política do “café com leite”, na qual São Paulo e Minas Gerais se revezavam no controle do poder central.
O tenentismo teve um papel fundamental na mudança do panorama político brasileiro. A Revolução de 1930, em grande parte liderada por figuras associadas ao movimento, marcou o fim da República Velha e o início de uma nova fase na história política do Brasil, conhecida como Era Vargas. Getúlio Vargas, inicialmente apoiado pelos tenentes, estabeleceu um governo provisório e posteriormente uma nova Constituição em 1934.
O fim da Coluna Prestes ocorreu em 1927, quando o movimento se viu enfraquecido por uma série de fatores. A falta de apoio popular massivo, a exaustão física dos participantes e a ausência de uma estratégia política clara levaram os líderes a reconsiderar seus objetivos. Luís Carlos Prestes, em particular, começou a repensar a viabilidade do movimento e a necessidade de uma abordagem mais estruturada para alcançar as reformas desejadas.
Edição: Vivian Virissimo