Esta quinta-feira (3) foi de celebração no Mercado Público de Porto Alegre. Inaugurado em 4 de outubro de 1869, ele completa 155 anos e é um marco histórico da cidade, um lugar especial para quem mora e para quem vem à Capital gaúcha. É um símbolo. Já passou por grandes tragédias, como incêndios e enchentes, mas está lá, firme, forte, e com quase todas as suas 130 economias funcionando, vendendo e servindo quase tudo - desde alimentos frescos, produtos artesanais, bebidas, carnes, peixes, cachaças, até roupas, acessórios, produtos religiosos e nutricionais e muito mais.
Todo enfeitado com faixas e balões vermelho e branco, recepcionou milhares de pessoas durante todo o dia. Os clientes dos restaurantes e consumidores foram recebidos por funcionários devidamente trajados com uma camiseta alusiva à data na parte da frente e nas costas uma imagem de uma mão com barro, para recordar a enchente. Ao meio dia, quem estava por lá, entrou no coro do “parabéns a você” e ganhou uma fatia de bolo, com doce de leite. O bolo foi preparado por jovens atendidos no Centro Social Amavtron, entidade filantrópica que atua na área social, educacional e cultural no bairro Santa Tereza. O bolo tinha 1m50cm e foi doado pelos patrocinadores.
A enchente de maio já ficou para trás com seus prejuízos de R$ 30 milhões e as perdas enormes de produtos. Agora, os comerciantes estão otimistas com o futuro e com as datas festivas do final do ano. “Esperamos recuperar o tempo perdido. Foram 40 dias sem faturamento, sem vendas, mas agora a vida vai para a frente. Estamos animados”, disse o presidente da Associação Comercial dos Permissionários do Mercado Público (Ascomepec), Rafael Sartori.
Para Sartori, o Mercado carrega na sua história a resiliência e a superação de desafios. “Este momento também têm estes significados fortes. Olhamos para o futuro e esperamos que o sol de hoje seja um indício de muita luminosidade na vida deste monumento da cidade.”
A comemoração teve prosseguimento à tarde com uma missa no segundo andar. Muita gente assistiu o ato religioso. Houve rezas, cantos e muita alegria pela nova fase do Mercado Público. “A hora é de muita fé e esperança. Estamos alegres pelos novos tempos”, disse o padre que oficiou a missa.
O prédio tombado, com arquitetura eclética, já passou por várias transformações ao longo dos seus 155 anos, mas mantém a sua estrutura histórica. Ainda há obras no local devido aos estragos das chuvas, mas as escadas rolantes voltaram a funcionar. “Vai ficar bonito e sem qualquer problema como era antes dos alagamentos”, reafirmou Sartori.
Ampliação
O Mercado fará leilão, em 11 de outubro, para permissão de uso de 11 lojas e uma banca. Serão três lotes no térreo e nove no 2º piso. A outorga inicial vai de R$ 2.580,10 até R$ 13.248,55, a depender da localização e da metragem do espaço de interesse. Será o maior leilão de lojas do Mercado Público. O último pregão, realizado em 9 de dezembro de 2022, ofertou dez lojas. Está previsto edital de concorrência para a disputa da maior loja, com área de 388,63 metros quadrados, ainda sem data de publicação.
A regulamentação do uso e ocupação do Mercado Público, o mais antigo do país, cumpre o que determina o decreto Nº 21.285, de 21 de dezembro de 2021. A responsabilidade da gestão e coordenação das atividades administrativas e operacionais é da Secretaria Municipal de Administração e Patrimônio (Smap) com o apoio da Associação do Comércio do Mercado Público (ASCOMEPC), que orienta na preservação e no desenvolvimento deste espaço.
Edição: Vivian Virissimo