Rio Grande do Sul

Crise Climática

MAB realiza ato em Lajeado para exigir políticas públicas aos atingidos pelas enchentes 

Manifestação acontece nesta sexta-feira (4), com a participação de moradores do Vale do Taquari

Brasil de Fato | Porto Alegre (RS) |
Em Lajeado, MAB tem cadastrado 450 famílias desabrigadas - Foto: Theo Tajes

O Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) realiza, nesta sexta-feira (4), um ato em Lajeado (RS) com cerca de 400 pessoas, reunindo atingidos pelas enchentes de diversas cidades do Vale do Taquari. A mobilização inicia na Praça da Matriz e marca um anos dos eventos extremos climáticos de 2023 e exige políticas públicas para famílias atingidas.

O Vale do Taquari enfrentou três enchentes no período de um ano. “Os eventos climáticos extremos impuseram uma nova realidade aos gaúchos e uma delas é que não se pode morar mais à beira do Rio Taquari. Por conta disso, as famílias estão à espera de conseguir uma nova moradia para viverem em segurança. Em Lajeado, contabilizando apenas os cadastrados no MAB já soma-se 450 famílias desabrigadas”, ressalta o movimento. 

O MAB defende o reassentamento das comunidades atingidas em local seguro e com tamanho adequado. O movimento afirma que os programas de reconstrução estão inibido a participação dos atingidos e têm sido feitos sem transparência. Uma das críticas é com relação à lista de beneficiários do município de Lajeado no programa Minha Casa Minha Vida Reconstrução Rio Grande do Sul, ainda não divulgada.

O coordenador do MAB em Lajeado, Leopoldo Nascimento, diz que os atingidos querem respostas sobre o andamento dos programas de moradias. Diz que a recuperação das áreas afetadas avança lentamente e que somente com a pressão do povo as medidas serão cumpridas. "Fazer com que o prefeito garanta nossas casas, porque até agora ele não cadastrou nenhuma família que perdeu a sua casa. Então ninguém tem direito de ganhar casa aqui em Lajeado" , reforça.

Além das perdas materiais, Leopoldo afirma que a tragédia tem causado impactos profundos na saúde mental e no bem-estar das comunidades, o que agrava ainda mais a situação de vulnerabilidade das famílias. "Se dá uma chuva eu não consigo dormir, não consigo dormir e botar a cabeça no travesseiro para descansar. Fico muito preocupado que pode vir uma chuva igual aquela de maio", comenta o coordenador.


Edição: Marcelo Ferreira