Rio Grande do Sul

Arte

Alexandra Castilhos apresenta performance Corpo D’água na Ocupação Justo em São Leopoldo (RS)

Após o espetáculo, a comunidade poderá participar de bate-papo com as artistas, a bailarina e a diretora

Brasil de Fato | Porto Alegre (RS) |
Após o espetáculo a comunidade poderá participar de bate-papo com as artistas, a bailarina e a diretora - Foto: Mariana Jesus

A bailarina Alexandra Castilhos apresentará a Performance Corpo D’água no próximo sábado (5), às 10h30, na Tenda do Encontro na Ocupação Justo, em São Leopoldo. O espetáculo é fruto de uma pesquisa coreográfica pelas subjetividades afropindorâmicas com as águas doces e aborda as relações entre arte e sustentabilidade. A apresentação contará com interpretação em Libras.

Corpo D’água parte de uma outra cosmologia, que integra natureza e seres humanos, reconhecendo a assertividade das falas de diversos artistas e ativistas indígenas. Daí a importância de uma apresentação dentro da Ocupação Justo, instigando a reflexão sobre o território do rio e as relações humanas.

Quem desfrutou do espetáculo na Feira do Livro vivenciou diversas emoções provocadas pelas águas da dança que passam pelo visual lamacento das enchentes, revolto, pesado, até chegar à leveza de dias de céu azul e sol. Tudo com muita interatividade com o público e trilha sonora envolvente. Um espetáculo que perturba e acolhe, que desperta olhares e sentimentos diversos, inclusive a partir dos figurinos bem elaborados.

A poeta Rita Portela comenta suas impressões. “Pude viver uma experência única, que causou várias sensações, sobretudo quando o tradutor de Libras integra o palco e dança junto com a bailarina. A arte tem esse poder de deslocar e realocar nossas questões fixas. A nossa verdade parece que está posta, com definições bem determinadas, mas que são desacomodadas com a quebra de algumas paredes neste espetáculo maravilhoso”, declara.

E é justamente para isso, para proporcionar questionamentos, que a Performance Corpo D’água expõe os afetamentos da crise climática no corpo. “A dança se dá pela imagem da Mulher Terra que com suas raízes estabelecem as margens que retém, apartam, seletam, filtram e purificam. Nossa performance aborda as contradições sobre necessidade de manutenção da vida e as consequências diretas da poluição das águas, principalmente, a água que nos dá vida”, salienta Alexandra Castilhos.

A performance que conta com a direção coreográfica da bailarina Carini Pereira, é um projeto realizado com recursos da Lei Paulo Gustavo, Ministério da Cultura, a Prefeitura Municipal de São Leopoldo e a Secretaria Municipal de Cultura e Relações Internacionais.

Após o espetáculo, a comunidade poderá participar de bate-papo com as artistas, a bailarina e a diretora. O espaço contará com acessibilidade física e interpretação em Libras durante o bate-papo.

As pesquisas, ações e desenvolvimento da Performance coreográfica Corpo D’água podem ser acompanhadas nas redes do @coletivo2x3poeticasaproximacao e da @castilhosalexandra.


Edição: Vivian Virissimo