O forró surgiu em meados da década de 1930, popularizando-se por volta dos anos 1950 por todo o Brasil através do poeta, cantor e compositor Luiz Gonzaga (1912 - 1989), que convencionou o formato do trio de forró composto pelos instrumentos musicais sanfona, zabumba e triângulo. Outros fatores como a migração nordestina para o Sudeste, a divulgação midiática nas rádios e o interesse comercial das gravadoras, contribuíram para a popularização do estilo musical.
Com seu sabor brasileiro, sua alegria, sua abrangência, suas tradições e sua riqueza histórica e cultural, o estilo musical e também festa popular vai encantar as Batucas em imersão nesta quinta-feira (13), a partir das 18h30. A inscrição pode ser feita pela internet, pelo valor de R$ 100.
Existem diferentes versões para o surgimento do nome forró. Alguns estudiosos acreditam que o termo é derivado da palavra africana forrobodó, sinônimo de festa, arrasta-pé, farra ou troça. Outra versão aponta a origem no termo inglês for all, que faz referência à época em que os funcionários ingleses trabalhavam na construção de ferrovias em Pernambuco e davam festas abertas ao público, com placas na entrada que carregavam o escrito for all, que significa ‘para todos’.
Evocando as grandes festas populares do século 19, que continham baile, dança, instrumentos de percussão, pandeiros, sanfonas e ritmos como xote, xaxado, baião, arrasta pé, embolada, samba e coco, as professoras Biba Meira, Julia Pianta e Raquel Pianta prepararam uma aula repleta de ritmos, sons corporais, instrumentos e cantos.
A ideia é trazer para as participantes o universo do forró e trabalhar algumas músicas, tanto na parte percussiva, quanto na vocal. "A Imersão Batucas é uma oficina pensada para ser uma experiência do que é 'ser uma Batuca'. Com duração de duas horas, aborda tanto práticas percussivas, quanto experiências de canto", afirma Julia Pianta. O objetivo é que as alunas tenham um contato mais próximo com instrumentos como o surdo, o tamborim, o agogô, a caixa e o chocalho; além de se familiarizarem com questões rítmicas, de pulso da música e da conexão com o corpo.
O momento da prática vocal é ministrado pela musicista Raquel Pianta, e engloba aquecimentos vocais – de respiração e corpo – e o aprendizado de uma canção para as alunas apresentarem juntas. Pensada em uma atividade para iniciantes, os aquecimentos e as músicas serão trabalhados de forma acessível para todas.
A percussão ficará aos cuidados de Biba Meira, referência como uma das grandes bateristas brasileiras, criadora das Batucas e integrante de grupos brasileiros diversos, e Julia Pianta, regente das Batucas ao seu lado. A oficina encerra numa grande celebração dos ensinamentos percussivos com a prática vocal, com todas tocando e cantando juntas.
As Batucas
As Batucas vêm agitando a capital sul-rio-grandense desde 2015. Idealizada por Biba Meira, baterista brasileira de renome que galgou seu espaço num cenário dominado por homens e pela relevância do seu trabalho como professora, a escola sempre se caracterizou como mais que um lugar de aprendizado musical. Utilizando como fios condutores a percussão, o vocal e o pandeiro, a premissa é contribuir, somar, participar, transformar, aprender, crescer, empreender e brincar. Todos esses verbos são conjugados pelas integrantes da escola feminina desde o ano de sua criação, por um viés inclusivo e sem preconceito etário.
Edição: Katia Marko