Com o objetivo de debater meio ambiente, preservação ambiental e formas de alimentação foi implementada no último final de semana uma agrofloresta no bairro Belém Velho, Extremo Sul de Porto Alegre. A iniciativa foi do deputado estadual Leonel Radde (PT), presidente da Frente Parlamentar do Meio Ambiente, da Assembleia Legislativa, juntamente com parcerias do Centro Zen Budista Taiheiji, da Florestaria Tarumim e do Sítio Terra Viva
Diante da gravidade da situação de calamidade climática que assolou o Rio Grande do Sul em maio deste ano, uma iniciativa que vem ganhando destaque é a que envolve a agrofloresta. Que é um sistema de produção que associa o plantio de árvores, arbustos, palmeiras e culturas agrícolas com a criação de animais. Uma forma de uso do solo que imita a natureza, visando aumentar a produtividade e reduzir riscos ao meio ambiente.
Em agosto deste ano, quando a ministra Marina Silva esteve no RS, recebeu a “Carta das Agroflorestas e Soluções Baseadas na Natureza”, documento com mais de 5 mil assinaturas, contendo propostas para reconstrução do RS com enfoque ecológico, que serviu de inspiração para este projeto.
Uma das propostas do documento é a criação de um programa emergencial para o assentamento de populações rurais e urbanas voltado a famílias atingidas pelas enchentes com adesão voluntária e adoção de sistemas agroflorestais. Para especialistas, os sistemas agroflorestais (SAFs) são uma alternativa que pode contribuir para segurar cheias, manter a temperatura mais amena e, em casos de secas extremas, segurar a umidade.
O local em Belém Velho foi cedido às entidades para a implementação do projeto, que contou com a presença de cerca de 30 voluntários. Foi realizada a limpeza do terreno e, posteriormente, o plantio de árvores frutíferas. Além disso, foi ministrada a oficina Sistemas Agroflorestais e Implementação de Agroflorestas.
Para Radde, a implementação de mais uma agrofloresta em Porto Alegre é um importante e simbólico passo para a preservação ambiental do município. “Hoje nós estamos dando início a mais uma agrofloresta aqui em Porto Alegre, através também da Frente Parlamentar em Defesa do Meio Ambiente, na qual eu sou presidente, mas principalmente como cidadãos, agindo coletivamente, começando este novo projeto, para debater meio ambiente, debater preservação ambiental e formas de alimentação que sejam realmente sustentáveis na nossa cidade”, declarou.
Outro bairro que conta com o sistema agroflorestal está localizado na zona rural da Capital, o Sítio Natural, no bairro Lami, que surgiu da iniciativa de Roger Vianna, 46 anos, e Cristine Saldanha, 44, em 2013, ganhando forma cinco anos depois.
No RS, a certificação agroflorestal extrativista é disponibilizada desde 2013 pela Secretaria Estadual do Meio Ambiente e Infraestrutura (Sema). Conforme o órgão, atualmente há 236 áreas cadastradas, com cerca de 1.500 hectares.
* Com informações do GZH
Edição: Katia Marko