Rio Grande do Sul

CINEMA

Após homenagens, Festival Santa Cruz premia filmes concorrentes

Evento no município do Vale do Rio Pardo entrega 14 troféus nesta sexta-feira (6)

Brasil de Fato | Santa Cruz do Sul (RS) |
Tabajara Ruas entregou prêmio a Breda, que compartilhou troféu com o cineasta - Foto: Luis Alexandre

As sessões competitivas do Festival Santa Cruz de Cinema foram encerradas na noite de quinta-feira (5), totalizando a projeção de 21 títulos em curta-metragem, somando a Mostra Olhares Daqui (com filmes da cidade) e a Mostra Nacional. Porém, antes da exibição dos últimos sete filmes, o evento realizou a entrega dos troféus aos homenageados da sétima edição.

O festival relembrou a carreira de Marcos Breda com trechos de trabalhos no telão, para depois chamar o veterano cineasta Tabajara Ruas para entregar ao ator o Troféu Tuio Becker (um dos principais críticos e pesquisadores de cinema do país, nascido em Santa Cruz do Sul). “Li não sei onde que a maior qualidade de um discurso é a sua curta duração. Então, eu prometo ser breve”, disse o laureado.

O artista agradeceu os organizadores, patrocinadores e apoiadores da iniciativa: “A todos aqueles que tornaram, tornam e continuarão tornando possível a realização desse extraordinário festival. É um evento do qual Santa Cruz do Sul deve se orgulhar muito, porque é um festival de excelente qualidade: com os filmes exibidos, congregando a comunidade acadêmica, os alunos, professores e a comunidade toda da cidade. É um festival de extrema importância e me sinto muito orgulhoso de fazer parte dele”.

Breda ainda relembrou a relevância de Tuio Becker: “Claro, receber o prêmio com esse, que foi uma pessoa que conheci. Um profissional extraordinário, e a sua fama o precede. Nada que eu vá dizer aqui vai ser melhor do que a própria trajetória do Tuio, filho dessa terra aqui.” O intérprete de 63 anos acabou por dedicar a honraria ao roteirista e diretor Tabajara Ruas: “Estou feliz de receber esse prêmio pela trajetória, profundamente honrado. Uma das coisas mais legais dessa trajetória de 40 e tantos anos trabalhando como ator, sobretudo trabalhando em cinema, é a oportunidade de receber. Você aprender, conviver e trabalhar com pessoas pelas quais você tem carinho, respeito e admiração. Queria dedicar esse prêmio para todas as pessoas com quem trabalhei. Como eu não posso citá-las uma a uma aqui, seria impossível, pois levaria horas, gostaria de compartilhar esse prêmio com um cara que sempre me chama para trabalhar. Obrigado, Taba, meu querido parceiro!”.


A atriz, diretora e produtora pernambucana Virginia Cavendish também foi homenageada / Foto: Luis Alexandre

Na sequência, ocorreu a entrega do troféu à homenageada Virginia Cavendish, atriz, diretora e produtora pernambucana. Ela exibiu Delivery, que dirigiu, na tarde do mesmo dia, dentro da programação do evento. “É uma honra e uma felicidade estar aqui hoje, recebendo um prêmio em homenagem à minha carreira, principalmente porque é a primeira vez que eu passo meu filme aqui também. Então nasceu uma diretora com o público, porque eu nunca tinha passado ele pra público em cinema, então isso me deu uma enorme, gigantesca alegria.”

A artista recordou, vendo os trechos e ouvindo a narração sobre sua trajetória, que a carreira no cinema começou com um curta de Cláudio Assis: “Foi o filme que estreei como atriz, como personagem, mas sem fala ainda, realizado em Recife, baseado na vida do poeta pernambucano Carlos Pena Filho. “Soneto do desmantelo azul” (1993) foi um filme lindíssimo, bem preto e branco. Lembro dos testes de maquiagem, de branco, para poder ver a cor das coisas. Mesmo em silêncio, mesmo com 16, 17 anos, aquilo parece que foi entrando dentro de mim”.


Curta “Delivery”, de Virginia Cavendish, foi exibido dentro da programação do evento / Foto: Luis Alexandre

Ela diz que o cinema a escolheu, e ela escolheu o teatro: “É onde tenho mais brilho, eu acho, como atriz, assim. Queria agradecer a todo mundo que me escolheu neste ano. É lindo estar aqui num Festival de Curta, porque o curta é um lugar necessário, é onde se fomenta, onde você tem liberdade criativa para poder exercitar as nossas funções no cinema. Que isso permaneça por muitos e muitos e muitos e infinitos anos. Eu queria dedicar também esse prêmio à minha filha Luisa Arraes, que é uma atriz maravilhosa. Não posso falar que eu choro, porque é linda e está seguindo a carreira da mãe”.

O 7º Festival Santa Cruz de Cinema será encerrado na noite desta sexta-feira (6), com sessão a partir das 19h30. Haverá a exibição, fora de competição, do longa InfiniMundo, de Bruno Martins e Diego Müller, ambientado no interior de Santa Cruz e Sinimbu, com apoio da Film Comission local e do Polo Audiovisual do município.

Na sequência haverá a cerimônia de premiação, que revelará os vencedores do Troféu Tipuana em 14 categorias. A novidade deste ano é um prêmio de figurino, que será julgado pela profissional da área referência no estado, Carol Scortegagna.


Edição: Katia Marko