Rio Grande do Sul

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Themis promove curso para Promotoras Legais Populares atuarem em emergências climáticas

Objetivo é capacitar mais de 40 mulheres para atuação comunitária em contextos de crise climática

Brasil de Fato | Porto Alegre |
De acordo com a entidade o curso é uma resposta direta às devastadoras enchentes que atingiram o Rio Grande do Sul ao longo do mês de maio - Foto: Jorge Leão

A ONG Themis – Gênero, Justiça e Direitos Humanos, a partir desta sexta-feira (30), promoverá o curso para Promotoras Legais Populares: Atuação em Emergências Climáticas. O curso tem como objetivo capacitar mais de 40 mulheres, entre líderes comunitárias, Promotoras Legais Populares (PLPs) e Jovens Multiplicadoras de Cidadania (JMCs), para atuação comunitária em contextos de crise climática

De acordo com a entidade o curso é uma resposta direta às devastadoras enchentes que atingiram o Rio Grande do Sul ao longo do mês de maio. A aula inaugural contextualizará o histórico de como se chegou ao desastre climático em maio de 2024 no Rio Grande do Sul.

Os encontros seguintes abordarão conceitos e perspectivas de justiça climática, violência de gênero e racismo ambiental, os desastres climáticos pelo mundo e a experiência de atuação no Rio Grande do Sul, além dos regulamentos internacionais sobre o tema. A formatura ocorrerá em 14 de dezembro. 

A aula inaugural iniciou nesta sexta-feira, às 14h30min, na Defensoria Pública do Estado (Rua Múcio Teixeira, 110). No sábado, a aula ocorrerá das 9h30 às 17h, no Master Express Grande Hotel R. Riachuelo, 1070 - Centro Histórico.

Para a ONG, as recentes inundações causadas pela emergência climática no Rio Grande do Sul demandam ações inovadoras para enfrentar os efeitos de desastres climáticos no estado. De acordo com o Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas, as mulheres correspondem a 72% das pessoas que vivem em condições de extrema pobreza em todo o mundo. Por isso, estão mais expostas aos eventos da emergência climática.

“No mundo todo, essas prioridades não são levadas em conta com a urgência e a prioridade que as mulheres precisam nesses contextos. Isso não foi diferente no Rio Grande do Sul. Os comitês de crise são formados essencialmente por homens, e são eles quem definem as prioridades. É preciso dar protagonismo às mulheres para priorizar e construir com a sociedade civil e demais movimentos as estratégias necessárias para mitigar os problemas que a população vem enfrentando no Rio Grande do Sul”, afirma a diretora-executiva da Themis, Márcia Soares.

De acordo com ela as alunas do curso desempenharam um papel fundamental em seus territórios durante a enchente. “Num momento em que os serviços de atenção às mulheres não tinham como funcionar, foi a determinação dessas lideranças que conseguiu atender centenas de mulheres.”

Ainda segundo a diretora, o protocolo que será criado pelas mulheres durante o curso é um instrumento efetivo para colocá-las no centro do diálogo sobre o enfrentamento dos efeitos da emergência climática. "O protocolo deve fortalecer a autonomia e a resiliência destas mulheres, promovendo ações preventivas, de resposta e de reconstrução que as protejam em situações de vulnerabilidade climática, ampliando suas vozes e lideranças nas decisões que impactam suas vidas e comunidades."

A iniciativa é realizada pela Themis, com apoio do Ministério Público do Trabalho do Rio Grande do Sul, Care, Igual Valor, Iguais Direitos, Womanity, Instituto Ibirapitanga, Cummins, Global Fund for Women, Fundação Ford, UniRitter e Defensoria Pública do Estado do Rio Grande do Sul.


Edição: Katia Marko