Rio Grande do Sul

Desastre climático

Deputado protocola PL que visa inclusão de políticas públicas para comunidades religiosas de matriz africana

Projeto também reconhece as lideranças religiosas como beneficiárias diretas das políticas de reconstrução e adaptação

Brasil de Fato | Porto Alegre |
No Ilê Nação Oyó, no Bairro Cidade Baixa, em Porto Alegre, que abriu suas portas em 1964, a água passou de 1,5 metros de altura - Desirée Ferreira/Nonada Jornalismo

O Rio Grande do Sul é o estado com o maior número de terreiros e com maior proporção de pessoas identificadas com religiões de matriz africana no Brasil, representando 1,47% da população de acordo com o Censo de 2010. Como muitas comunidades e espaços, durante a enchente de maio foram duramente atingidos. 

Com o intuito de fomentar a criação de políticas públicas específicas voltadas para as comunidades religiosas de matriz africana, o deputado estadual Matheus Gomes (PSOL) protocolou essa semana o Projeto de Lei que se propõe a alterar a Lei nº 16.134, de 24 de maio, que institui o Plano Rio Grande, Programa de Reconstrução, Adaptação e Resiliência Climática do Estado do Rio Grande do Sul. Assim como a Lei nº 16.138, de 7 de junho de 2024, que trata da Política Estadual de Habitação de Interesse Social (PEHIS). 

“É crucial destacar que os dados do Censo podem não refletir a realidade atual, pois o Censo de 2022 ainda não foi divulgado na íntegra, o que implica em uma necessidade urgente de reconhecimento e inclusão dessas comunidades nas políticas públicas. É importante frisar a subnotificação nas respostas devido ao preconceito aos estigmas que religiões de matriz africana sofrem em nosso país”, destaca o parlamentar.

Conforme ressalta Matheus, as comunidades religiosas de terreiro têm uma relação essencial com seus territórios, e a preservação de seus lares e centros comunitários é vital para a continuidade de suas práticas culturais e religiosas. 

Segundo o deputado o PL também reconhece as lideranças religiosas como beneficiárias diretas das políticas de reconstrução e adaptação, especialmente quando suas residências estão localizadas no mesmo imóvel que suas sedes comunitárias, assegurando assim a proteção de espaços fundamentais para a existência dessas comunidades.

“Ao garantir a inclusão das comunidades religiosas de matriz africana, o projeto de lei visa promover a justiça social e a diversidade cultural, contribuindo para um Rio Grande do Sul mais justo, inclusivo e resiliente”, conclui Matheus.


Edição: Katia Marko