A bailarina Alexandra Castilhos vai estrear no próximo dia 11 de setembro a performance Corpo D’água, na Aldeia Indígena Por Fi Ga, em São Leopoldo. A apresentação é resultado de uma pesquisa coreográfica pelas subjetividades afropindorâmicas com as águas doces, aprofundando as relações sobre arte e sustentabilidade.
Segundo a artista, a denominação de povos quilombolas, negros e indígenas como afropindorâmicos é uma sugestão do líder quilombola e escritor Antônio Bispo dos Santos, conhecido como Nêgo Bispo. O termo pindorâmicos, ligado ao nome dado a sua terra por povos tupis, substitui o termo indígena, empregado pelo colonizador.
A performance contará ainda com uma apresentação durante a Feira do Livro de São Leopoldo, em setembro, e outra na Ocupação Justo, no dia 5 de outubro. Corpo D’água parte de uma outra cosmologia, que integra natureza e seres humanos, explica Alexandra Castilhos, reconhecendo a assertividade das falas de diversos artistas e ativistas indígenas.
“A dança se dá pela imagem da Mulher Terra que com suas raízes estabelecem as margens que retém, apartam, seletam, filtram e purificam. Nossa performance vai abordar as contradições sobre a necessidade de manutenção da vida e as consequências diretas da poluição das águas, principalmente, a água que nos dá vida”, disse a artista.
A performance que conta com a direção coreográfica da bailarina Carini Pereira, é um projeto realizado com recursos da Lei Complementar no 195/2022, Lei Paulo Gustavo, Ministério da Cultura, a Prefeitura Municipal de São Leopoldo e a Secretaria Municipal de Cultura e Relações Internacionais.
Edição: Vivian Virissimo