Rio Grande do Sul

VIDA DAS MULHERES

Instituto E Se Fosse Você? lança plantão de apoio às vítimas de violência política de gênero e raça

ONG fundada por Manuela D’Ávila oferece serviços de apoio a mulheres já eleitas e candidatas vítimas de agressões

Brasil de Fato | Porto Alegre |
O Plantão de Apoio é um canal de confiança e sigiloso, que possibilitará a mulher buscar formas mais coletivas de enfrentamento - Foto: Mídia Ninja

Com o objetivo de auxiliar a combater a violência política de gênero e raça no Brasil, o Instituto E Se Fosse Você?, fundado em 2018 por Manuela D’Ávila, lançou nesta segunda-feira (5) o Plantão de Apoio Onde Ela Quiser!.

O serviço é destinado a mulheres em cargos políticos, eleitas em todas esferas: municipal, estadual e federal; candidatas nas eleições de 2024: vereadoras e prefeitas; no exercício da função pública (servidoras públicas); assessorias de mulheres candidatas e de eleitas e mulheres com restrição no exercício dos direitos políticos.
 
Para ter acesso, a vítima deve chamar o WhatsApp (51) 99697-1224 e será direcionada a atendimento jurídico e/ou psicológico, conforme descrição do caso.
 
O Plantão de Apoio é um canal de confiança e sigiloso, que possibilitará a mulher buscar formas mais coletivas de enfrentamento, ter acolhimento psicológico, orientação jurídica, conhecer como tornar pública a denúncia do caso pelas redes sociais, receber orientação e encontrar recursos para lidar com a situação. 

“Queremos mais mulheres na política, mas em condições de atuar com dignidade e livres de todas as formas de violência. Por isso, promovemos ações de suporte e proteção às candidaturas”, comenta Manuela.

 
No site www.ondeelaquiser.org também estão abertas as inscrições para advogadas, terapeutas, psicólogas e profissionais da comunicação serem voluntárias neste projeto. 

Ainda como parte deste projeto, no final de novembro, acontece um grande encontro de debate e mobilização em Brasília. Lá, serão discutidas punições mais rigorosas para agressores, mais formas de suporte às eleitas até mecanismos de prevenção e conscientização.
 
A ação acontecerá em parceria com a Comissão de Direitos Humanos da Câmara dos Deputados, Comissão de Defesa dos Direitos da Mulher e com o Observatório da Mulher na Política.

Desde agosto de 2021, quando foi sancionada a Lei n. 14.192, a violência política de gênero passou a ser crime no Brasil. A desqualificação da mulher na política pela indução à crença de que a mulher não possui competência para a função a que ela está exercendo, ou o questionamento da mulher, seja ela candidata ou com mandato político, sobre a sua vida privada (relacionamentos, sexualidade, maternidade) são exemplos deste tipo de violência.

Em dezembro do ano passado a Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul lançou a Frente Parlamentar contra a Violência Política de Gênero, por iniciativa da deputada Bruna Rodrigues (PCdoB). Os trabalhos da frente são voltados a estabelecer mecanismos de garantia do direito de liberdade de expressão e participação política para mulheres candidatas a cargos eletivos ou parlamentares.


Edição: Katia Marko