Rio Grande do Sul

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Projeto incentiva produção e comercialização de alimentos saudáveis em Montenegro

Encontro 'Territórios da Agricultura' reuniu cerca de 40 participantes de organizações, instituições e poder público

Brasil de Fato | Porto Alegre (RS) |
Projeto Territórios da Agricultura em Montenegro (RS) - Divulgação

Aproximadamente 40 representantes de organizações, instituições, poder público e escolas da região estiveram presentes no primeiro módulo do curso 'Territórios da Agricultura' em Montenegro (RS), na sede da Emater, no campus da CETAM- Centro de Treinamento de Agricultores.

A proposta é reunir agricultores familiares, urbanos e agroecológicos de Montenegro, representantes da comunidade em geral que desejam se alimentar de forma mais saudável e natural.

Serão realizados cinco módulos presenciais até novembro com carga horária de 40 horas, onde são abordados desde temas como liderança e autogestão até características dos agro ecossistemas e a cultura do campo, além de um curso sobre fotografia. O primeiro módulo aconteceu no último mês.

A empresa Evoluir, articuladora do projeto, identificou os atores locais e possíveis parceiros, além de realizar mapeamento inicial das organizações, hortas comunitárias, equipamentos públicos que trabalham com produção de alimentos e políticas públicas de segurança alimentar, feiras, espaços produtivos e de comercialização, produtores e agricultores familiares no campo da agroecologia ou em transição no município.

O projeto é viabilizado pela Lei Federal de Incentivo à Cultura, do Ministério da Cultura. “Foi muito gratificante podermos contar com essa adesão da comunidade ao projeto”, conta Mariana Monferdini, coordenadora do projeto na Evoluir. Desde 2022, já foi realizado em 10 municípios de oito estados do Brasil: Amazonas, Bahia, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Paraná, Pernambuco, Rio Grande do Sul e São Paulo.   

Caroline Cattermann, educadora de Campo do Territórios da Agricultura na Evoluir, acrescenta que, durante a formação, muitos participantes relataram uma mudança significativa de percepção. “Eles redescobriram a esperança na agricultura familiar e na coletividade, acreditando ser possível encontrar soluções para fortalecer a produção, abastecimento e comercialização de alimentos ecológicos. Isso é ainda mais significativo no momento difícil que a população da Região Sul enfrenta”, destaca, em referência às enchentes que devastaram o estado. 

Para Rivana Bühler, vice-diretora da EMEI Esperança, integrante do projeto, o grande benefício da iniciativa é justamente promover a articulação de entes públicos e privados em prol da consciência ambiental e da alimentação saudável

“Temos aqui na escola uma horta comunitária, que nos ajuda muito no propósito de colocar as crianças em contato com a terra, o cultivo e a aprender os conceitos da alimentação saudável. Também recebemos a visita da equipe com o objetivo de propor caminhos para captarmos parcerias tanto para a obtenção de sementes como de mudas e voluntários”, ressalta.

Já Marcelo Pereira de Souza, agricultor do Sítio Maho Magia, diz que, apesar do projeto trazer muitas coisas novas, sentiu também grande identificação com o que procura implementar em sua propriedade já há algum tempo. “Faço agrofloresta, uma coisa ainda pouco comum aqui na região, que é um sistema de plantio de alimentos que é sustentável e ainda faz a recuperação vegetal e do solo, e isso tem muita sinergia com o objetivo do Territórios da Agricultura”.


Edição: Vivian Virissimo