O que se vê ao fechar os olhos – é com essa provocação que o Coletivo Íris de Teatro e Pesquisa Cênica faz o convite para uma experiência sensorial única em que a arte vai muito além do palco e te faz percorrer caminhos de confortos, desconfortos, medos, percepções de novos e antigos sentimentos através de uma sala de teatro com baixa iluminação e em contraposição com o imaginário do visitante.
"A criança sozinha no escuro é um arquétipo clássico e doloroso, e aos poucos fui incorporando a Nina. Eu era a Nina. Em um quarto em Canela, quando as madeiras rangem de madrugada ou num quarto em Imbé. Ou em uma situação que não me lembro, mas talvez tenha me ocorrido”, é o que relata Renato Mendonça, um dos espectadores que se propôs a participar da experiência imersiva.
O Que Se Vê Ao Fechar Os Olhos também é o nome do espetáculo do Coletivo Íris e que chega aos palcos do Teatro Oficina Olga Reverbel do Complexo Multipalco do Theatro São Pedro. A obra será apresentada nesta quarta-feira (7), a partir das 19h. Os ingressos custam R$ 15 a meia entrada e R$ 30 a inteira. Eles podem ser adquiridos pelo site do Theatro São Pedro.
A peça é feita a partir do experimento de mestrado em teatro e tecnologia, desenvolvido desde 2022 pelo Coletivo. A pesquisa busca a desorientação temporal e espacial das pessoas que participam e se jogam, para que se abra espaço de criação narrativa e aproveitamento dos estímulos.
Em O Que Se Vê Ao Fechar Os Olhos, uma dupla de visitantes é convidada a vivenciar uma experiência imersiva, onde seus sentidos são o centro do acontecimento. É no imaginário de cada pessoa que as narrativas se constroem. Ao olhar para as imagens que as habitam e movimentam as profundezas de seu ser, mesmo que estas não se façam visíveis a olhos nus, uma trama subjetiva se tece. Isso se dá em uma travessia de provocação sonoras, táteis e motoras, olfativas, que se articulam em um jogo de tensões e ambiguidades. Ao final, com percursos diferentes, mas acontecimentos similares, ambas se encontram uma na outra.
O trajeto tem início em uma sala com meia luz na cor azul, onde a dupla participante é acolhida. No espaço, tiram-se os calçados, meias e pertences, para que o corpo possa se movimentar com liberdade. Em pequenos passos iniciam-se duas trajetórias, entre ilhas sensoriais, com provocações sonoras, táteis e motoras, olfativas e dramáticas. O confronto com diferentes sensações ao longo da experiência, causa a percepção de novos e antigos sentimentos, desde dores e sofrimentos quanto acolhimento e alegrias.
A proposta conta com dois modos de participação do público:
1. Trajetórias guiadas para duas participantes com fones de ouvido e visão alterada, quando a imersão é estimulada e o percurso pelo espaço cênico é criado em parceria com o performer;
2. Público espectador do ato performativo, que observa com alguma distância o dispositivo cênico em funcionamento, escuta as sonoridades por caixas de som e não tem a visão alterada.
O espetáculo foi contemplado pelo "Edital Sedac 03/2024 - Atos e Cenas do RS, Regulamento para Espetáculos de Artes Cênicas no Teatro Oficina Olga Reverbel", uma iniciativa da Secretaria de Estado da Cultura (Sedac), por meio do Instituto Estadual de Artes Cênicas (Ieacen) e da Fundação Theatro São Pedro (FTSP), com o apoio do Sesc/RS.
Serviço
O Que Se Vê Ao Fechar Os Olhos
Data: 07 de agosto
Horário: 19h e 20h
Local: Teatro Oficina Olga Reverbel – Complexo Multipalco do Theatro São Pedro
Classificação: Livre
Ingressos: R$ 30 (inteira) e R$ 15 (meia entrada) pelo site do Theatro São Pedro
Duração: 40 minutos
Descontos Obrigatórios
50% para idosos com idade igual ou superior a 60 anos;
50% para estudantes em até 40% da lotação do teatro:
- até 15 anos mediante RG;
- acima de 16 anos portando carteira da UGES, UEE, UNE;
50% para jovens entre 16 e 29 anos, pertencentes a famílias de baixa renda, mediante comprovação de matrícula CADÚNICO;
50% para pessoas com deficiência, inclusive seu acompanhante quando necessário, e doadores de sangue.
Outros descontos
50% para artistas com registro profissional e regulamentado na carteira de trabalho;
50% para até 50 associados da da AATSP.
Edição: Katia Marko