Em assembleia realizada na noite desta quinta-feira (1º), a base representada pelo Sindicato dos Metalúrgicos de São Leopoldo e Região (STIMMMESL) aprovou o reajuste de 3,7% nos salários gerais e 4% no piso da categoria.
Com isso, o piso passa a ser de R$ 1.887,60, o que representa R$ 8,58 por hora. O limitador é de R$ 8.256,60. A data base da categoria é 1º de julho, e além do reajuste, foram mantidas as cláusulas sociais da Convenção Coletiva de Trabalho (CCT).
De acordo com o STIMMMESL, o percentual de 3,7% corresponde ao Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) do período, que era uma das reivindicações da categoria para repor as perdas inflacionárias.
Durante a assembleia, o presidente do STIMMMESL, Valmir Lodi, destacou que a campanha salarial desse ano foi atípica por conta da enchente de maio. “Várias cidades da nossa base, inclusive São Leopoldo, foram muito atingidas e isso impactou nas negociações”, disse ele ao recordar que, por mais de um mês, o ginásio Bigornão recebeu centenas de trabalhadores e familiares que ficaram desalojados.
Conforme salientou Valmir, nenhum acordo da empresa é válido sem a negociação com o sindicato. “Precisamos estar atentos. Há muitas empresas que ajudaram os trabalhadores, mas várias se aproveitaram, ligavam para os que estavam aqui no abrigo para irem trabalhar. E todo mundo foi atingido, de alguma maneira, nesta tragédia”, contou ele.
Por sua vez, o secretário-geral do STIMMMESL, Valdemir Ferreira Pereira, afirmou que é difícil negociar aumento real em qualquer situação, mas por conta da catástrofe, este ano foi ainda pior. “Algumas fábricas foram atingidas e outras não, sabemos que houve uma baixa na economia, mas as próprias empresas contaram com os trabalhadores para recomeçar. Então, todos precisam ter esse entendimento. Neste ano, não ter ganho real ok, mas não vamos perder nenhum direito”, disse ele.
“Uma das funções de um sindicato é defender os empregos”, declarou o tesoureiro do Sindicato, Genilso Vargas da Rosa, ao contar que a entidade brigou muito para garantir ao menos a reposição da inflação e garantir um ganho real no piso.
O diretor da entidade, Roni Rodrigues, também contou que a patronal defendeu não dar nada aos trabalhadores, nem mesmo a inflação. “Isso foi muito debatido na mesa de negociação, pediam sensibilidade. Mas nós, trabalhamos, temos isso de sobra e deixamos claro que íamos lutar por todos da nossa base”, garantiu Roni.
Ainda durante assembleia, foi aprovado o desconto assistencial. Com o reajuste, devem ser pagos em 5 parcelas de R$ 29,00 (total de R$ 145,00) para os trabalhadores que ganham acima de R$ 2.418,00 e 5 vezes de R$ 21,00 (total de 105,00) para quem tem remuneração menor que R$ 2.418,00. O período da oposição ao assistencial será de 20 até 27 de agosto.
* Com informações do STIMMMESL
Edição: Marcelo Ferreira