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INTERNACIONAL

Paleo é o maior festival ao ar livre da Suíça e um dos mais importantes da Europa

Realizado na cidade de Nyon, de 23 a 28 de julho, deve receber 250 mil pessoas até domingo

Brasil de Fato | Suíça |
Os números do Festival são impressionantes: 200 concertos e espetáculos, 133 artistas, de 29 países representados - Foto: Timon Bachmann/Divulgação

Nyon é considerada a cidade dos festivais e promove a cada ano eventos como Hivernales, Visions du Réel, Caribana Festival, Rive Jazzy além do próprio Paleo.

O Festival Paleo teve seu início no ano de 1976 na sala comunal da cidade de Nyon com a participação de 1800 pessoas. Já na edição deste ano são esperados até domingo 250.000 "festivaleres" como são chamados quem participa do evento.

Os números do Festival são impressionantes: 200 concertos e espetáculos, 133 artistas, de 29 países representados, entre eles Estados Unidos, França, Suíça, Reino Unido, Nigéria, Jamaica, Marrocos e Costa do Marfim, sendo que 80% deles vêm pela primeira vez ao Festival.

São 136 stands de comida, 40 stands de artesanato e 47 bares, oito palcos, 5.400 voluntários, 80 hectares. O orçamento do Paleo é de 31 milhões de francos suíços.

A mobilidade do Festival é gratuita por trem e ônibus. Também tem preocupações com o meio ambiente, com triagem de resíduos, energia verde e totalmente renovável, mercado ético e ecoresponsável e preservação do solo e da biodiversidade dos 80 hectares. E os alimentos e bebidas são adquiridos de produtores locais.

Um estudo realizado pela região de Nyon em 2017 sobre os benefícios econômicos dos eventos culturais sinalizou um impacto estimado de 41 milhões de francos suíços. Destes valores, os efeitos indiretos do Festival, ou seja, as despesas geradas pelos festivaleiros, funcionários, artistas, parceiros e convidados, que também alimentam o consumo em lojas, restaurantes, hotéis, etc., estão estimados em 22,4 milhões de francos suíços.

“Mesmo que o estudo tenha sido realizado em 2017 já dá uma boa ideia dos impactos causados em Nyon e penso que estes números articulados provavelmente precisarão ser reavaliados para cima, pois o impacto econômico que o Paleo promove deve ser considerado muito positivo para a região”, disse o Delegado de Economia da cidade de Nyon, Lionel Thorens.

Pelos palcos do Paleo já passaram artistas tais como Baden Powell, Maxime Le Forestier, Claude Nougaro, Miles Davis, Patti Smith, Red Hot Chili Peppers, Iron Maiden, Elton John, Pink, Sting, Joan Baez, Johnny Hallyday, Björk, The Cure, Neil Young, Bob Dylan, Stromae, Ray Charles, James Brown, Iron Maiden, Depeche Mode, Elton John, Johnny Hallyday, Rosalia.

Dos artistas brasileiros que subiram aos palcos do Festival podemos citar João Bosco, Jorge Ben Jor, Gilberto Gil, Tania Maria, Alceu Valença, Lia de Itamaracá, João Selva e Emicida.

Na programação deste ano do Paleo, considerada pelos organizadores eclética e intergeracional, temos gêneros como afrobeats-Dancehall, Rock, música eletrônica, Pop–Funk, Rap e reggae. Dos artistas que se apresentam nesta edição os mais conhecidos do público brasileiro são Sam Smith, Major Lazer, Sean Paul e Aurora.


Programação é considerada pelos organizadores eclética e intergeracional / Foto: Timon Bachmann/Divulgação

Festivais de Música movimentam uma importante cadeia produtiva

Os Festivais de Música e Mega Shows vêm sendo considerados um importante motor de crescimento econômico, pois movimentam uma cadeia produtiva que inclui turismo, hotéis, restaurantes, serviços de transporte, merchandising, plataformas de comércio eletrônico, indústria de entretenimento. Isso inclui ainda promotores de espetáculos, operadores locais e de produção, plataformas de streaming, empresas de eventos e de infraestrutura, bem como de serviços em geral, promovendo de forma direta e indireta a geração de emprego e renda nas economias dos países.

Festivais de música ao ar livre são uma realidade no mundo desde a década de 1960 onde eram realizados como forma de celebrar "Paz e Amor" em tempos de guerra fria, ditaduras, invasões e conflitos em diferentes partes do planeta.


Julian Marley, no Festival Paléo Nyon 2024 / Foto: Nicolas Patault/Divulgação

Do período inicial até nossos dias a realidade de eventos, tais como o Paleo, evoluiu ao ponto de influir diretamente na economia das cidades e região e até mesmo no PIB dos países. Os efeitos causados pelos festivais e megaconcertos que rodam o mundo com suas turnês tais como Taylor Swift, Beyoncé e Madonna, bem como Festivais tipo Rock Rio e Parintins, somente para citar alguns, impactam direta e indiretamente a economia das regiões e dos países, ao ponto de serem estudados e observados por bancos centrais de todo o mundo.

A Prefeitura do Rio de Janeiro em um estudo sobre os impactos econômicos do show da cantora Madonna na cidade estimou que o impacto total na economia do Rio foi de R$ 293,4 milhões com os gastos do público. Em contrapartida o governo do estado do RJ, um dia após o espetáculo, divulgou que o impacto para o RJ foi do montante de R$ 300 milhões.

O estudo "A Indústria dos Concertos e Entretenimento ao Vivo" produzido pela Oxford Economics informa que o impacto direto nos gastos da indústria de shows e entretenimento ao vivo nos Estados Unidos é de US$ 55,2 bilhões, o que gera um impacto econômico total de US$ 132,6 bilhões na economia americana e apoia 913 mil empregos no total, além de gerar US$ 17,5 bilhões em recursos federais e estaduais e receitas fiscais locais em 2019.

Para além dos efeitos econômicos que um festival de música ou megashow pode significar, é importante observar que estes eventos contribuem para forjar a identidade cultural, relações sociais e percepções de mundo.

Os festivais de música possuem um impacto sobre o ambiente social, pois permitem festejar e comemorar as diversidades, conectar com pessoas de diferentes etnias, idades, crenças, orientações sexuais, classes sociais e regiões do país e até mesmo de outros países, tendo como elemento de união o amor pela música.


Edição: Katia Marko