Rio Grande do Sul

INCLUSÃO

Ministério da Educação pretende unificar sistemas de cotas raciais

MEC promove encontro em Brasília para dar eficiência e clareza sobre o tema

Brasil de Fato | Porto Alegre |
A Universidade de Brasília foi a primeira instituição de ensino superior federal a implementar cotas raciais - Marcello Casal Jr/Agência Brasil

A questão das cotas raciais sempre causou polêmica. Fraudes, falsificação de documentos e insatisfação de outros grupos raciais que acham um absurdo este tipo de coisas. Mas tudo isso é próprio dentro de um país multirracial, desnivelado socialmente e cheio de desigualdades – dos espigões aos milhões de favelas, da educação precária à sofisticação de certas escolas, dos endinheirados aos milhares que dependem de auxílios e assim segue o baile brasileiro. A questão das cotas raciais é apenas mais uma neste universo de problemas.

O Ministério da Educação (MEC) está atento a esta questão e pretende conhecer experiências adotada pelas universidades para verificar a adequação de candidatos às políticas de cotas raciais. Com essa perspectiva, realizará nos dias 7 e 8 de agosto, em Brasília (DF), um seminário para estimular diálogos sobre o tema e identificar mecanismos que deem mais eficiência para ações afirmativas na modalidade de reserva de vagas.  

Conforme o secretário substituto da Secretária de Educação Continuada, Alfabetização de Jovens e Adultos, Diversidade e Inclusão (Secadi), Cleber Santos Vieira, além de conhecer as experiências já em prática pelas instituições federais de ensino superior, o objetivo é discutir as possibilidades de uniformizar a forma de operacionalizar as comissões de heteroidentificação (procedimento complementar à autodeclaração de pertencimento étnico-racial, para confirmação da condição de pessoa negra - preta ou parda - para fins de preenchimento das vagas).

O secretário explica que o primeiro momento do seminário será dedicado à apresentação de estudos que mapearam a dinâmica das comissões nas universidades. Também serão apresentadas as expectativas da comunidade acadêmica formada por pró-reitores de graduação e de pró-reitores de ensino.

“Este seminário é uma forma de reconhecer e valorizar o trabalho realizado pelas instituições há décadas, ouvindo as experiências e discutindo os métodos já empregados pelas diferentes instituições. Teremos dados suficientes para a proposição de encaminhamentos e documentos orientadores para o trabalho das bancas de heteroidentificação”, disse Vieira.

O dirigente ressalta que tudo será feito de forma a respeitar a autonomia das instituições de ensino que já adotam mecanismos para a eficácia da política de cotas. “Hoje, a operacionalização das bancas e comissões são diversas. Pretende-se alcançar padrões, sempre respeitando a autonomia das instituições federais de educação. O seminário é uma iniciativa do MEC para valorizar e respeitar esse histórico”, reiterou.

* Com informações da Agência Brasil


Edição: Marcelo Ferreira