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Planos contra Cuba: um perigo para toda a região

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Apoiadores do presidente boliviano Luis Arce em frente ao Palácio Quemado, em La Paz, durante tentativa de golpe em 26 de junho de 2024 - AIZAR RALDES / AFP
EUA aperfeiçoa a guerra híbrida para desestabilizar o Continente e preservar a sua hegemonia

O esquema subversivo desenhado para Cuba pelo governo dos EUA, depois de colher inúmeros fracassos no seu objetivo de acabar com a Revolução e restaurar o capitalismo dependente na Ilha, hoje é estendido como um modelo a ser aplicado contra outros governos que incomodam Washington.

A Bolívia, vítima recente de uma tentativa de golpe de Estado, ao pior estilo dos “gorilas” das últimas décadas, encabeça a lista de nações onde, segundo a Casa Branca, o padrão subversivo deveria ser aplicado.

Uma ONG argentina chamada Cultura Democrática, serve de plataforma para a sua implementação, um documento da referida organização, cujo título é: “Apoio à Sociedade Civil Cubana como método de pressão sobre os governos totalitários. Sua possível aplicação à Bolívia” destaca o seu papel nesta trama.

Vejamos o que diz o documento em questão. “Com base na análise da abordagem política dos EUA no fortalecimento da democracia e no uso legítimo de Agentes de Mudança na Sociedade Cubana, onde a Cultura Democrática desempenha um papel significativo no apoio à oposição cubana, propomos uma visão semelhante para sua aplicação na Bolívia”.

Poucas vezes se viu tal descaramento, esta monstruosidade subversiva descreve detalhadamente como, desde a liderança política dos EUA, se organiza e promove contra Cuba, o sistema de medidas financeiras e econômicas do bloqueio, a formação de agentes de mudanças, o trabalho contra a juventude, etc. e o útil que seria aplicar esta experiência contra outros países da região.

O panfleto enfatiza em um de seus parágrafos como, segundo eles, “a prática tem mostrado que sentimentos e ações contra o regime podem ser despertados a partir de seu núcleo vital, que é a juventude”. Por outro lado, menciona os diretamente envolvidos, alguns dos operadores de “experiência” como Micaela Hierro e aqueles que puxam os fios das marionetas, entre eles a USAID, a NED e a Atlas Network.

Esta última organização, Atlas Network, é “elogiada” no documento por ter conseguido que um artista cubano ganhasse o Grammy Latino, “posicionando esta figura a nível internacional. Tal baixeza dispensa comentários”.

A relação deste projeto, com a recente tentativa de derrubar pela força o governo legítimo de Luis Arce na Bolívia e outras ações semelhantes que ocorreram nos últimos anos, envolvendo os mesmos operadores que trabalham contra Cuba, pode parecer para alguns casual.

No entanto, não podemos ignorar que o esquema desenvolvido pela potência americana é o resultado do aperfeiçoamento da guerra híbrida para desestabilizar o Continente e preservar a sua hegemonia sobre o que continuam a considerar o seu “Quintal”, e para o conseguir, não se detêm por nada.

* Este é um artigo de opinião e não necessariamente expressa a linha editorial do Brasil de Fato.

Edição: Katia Marko