Cinquenta e nove por cento dos eleitores de Porto Alegre reprovam o prefeito Sebastião Melo (MDB) após as águas do Guaíba avançarem e deixarem debaixo d'água o centro histórico e bairros como Humaitá, Sarandi, Cidade Baixa, Navegantes, Guarujá, Menino Deus entre outros. É o que indica a pesquisa AtlasIntel.
Em contrapartida, 37% dos entrevistados na sondagem ainda aprovam o atual mandatário. É a primeira pesquisa realizada após a inundação de maio.
Engenheiros, especialistas e técnicos em drenagem urbana culparam a falta de manutenção por parte da prefeitura em comportas e casas de bombas – que registraram inúmeras falhas - como responsável pelo agravamento da calamidade. Apesar disso, entre os eleitores de Melo no segundo turno de 2020, ele ainda é aprovado. Possui 67,4% deles a seu favor, enquanto 29% o rejeitam.
Rejeição entre as mulheres
Por gênero, a mais alta reprovação do prefeito bolsonarista ocorre entre as mulheres. Somente 31% delas aprova sua gestão. Por faixa etária, sua rejeição é mais intensa entre os eleitores de 25 a 34 anos, onde apenas 19,4% o aceita.
Em termos de escolaridade, a repulsa é maior no segmento com ensino superior com aceitação resumida a 27,6%. Por renda familiar, a parcela que recebe acima de 10 salários mínimos é que demonstra maior objeção ao prefeito: seus apoiadores se resumem a 26,7%.
Quando o levantamento foca na opção religiosa, Melo tem pequena vantagem entre católicos e evangélicos e forte repúdio nas categorias “Outras religiões” (somente 25,3% o aprovam) e “Agnósticos ou ateus” (aprovação limitada a 16,2%).
Registrada no TSE sob o número RS-09253/2024, a pesquisa entrevistou 1.798 eleitores porto-alegrenses. A opinião deles foi obtida entre os dias 9 e 14 de junho através do método conhecido como recrutamento digital aleatório.
Disputa pela prefeitura
Antes, o mesmo instituto focara na disputa pela prefeitura, apontando a deputada federal Maria do Rosário (PT) na condição de líder somando 30,2% das intenções de voto. Em segundo, vinha Melo com 24,8%.
Na sequência, apareciam os demais possíveis concorrentes, todos com menos de um dígito, a saber: a deputada federal Any Ortiz, do Cidadania (9,1%), a vereadora Comandante Nádia, do PL (8,5%), a ex-deputada estadual Juliana Brizola, do PDT (8,2%) e o deputado estadual Felipe Camozzato, do Novo, com 6,7%.
Fechando a relação ainda eram lembrados a auxiliar de enfermagem Fabiana Sanguiné, do PSTU, e o deputado estadual Thiago Duarte, do União Brasil, ambos com 1,3%. Dois por cento disseram não saber em quem votar, enquanto 7,9% informaram que votariam branco ou nulo.
Edição: Ayrton Centeno