O Plano Cóndor foi estabelecido em 25 de novembro de 1975, sob a direção e patrocínio da CIA
Impedir a todo custo que o exemplo da Revolução Cubana se espalhasse pela América Latina e pelo Caribe tornou-se uma obsessão para os sucessivos governos dos EUA. Uma das operações criminosas criadas para esse fim foi a Operação 40.
Aprovada em Março de 1960 pelo presidente dos EUA, Dwight D. Eisenhower, foi uma operação secreta da CIA destinada a derrubar chefes de Estado que tinham pouca afinidade com a política dos EUA e que se espalhou pelas Caraíbas, América Central e México.
Na esteira da Revolução Cubana, Allen Dulles, diretor da CIA, criou uma unidade chamada Operação 40, presidida pelo vice-presidente dos Estados Unidos, Richard Nixon, e outros membros do governo.
Assim, em 17 de março de 1960, o presidente Dwight D. Eisenhower assinou um decreto no qual foi autorizada a Operação a organizar, treinar e equipar refugiados cubanos, seleção que foi feita através da escolha de notórios assassinos e capangas do regime de Fulgêncio Batista, derrubado pelos revolucionários cubanos em janeiro de 1959, responsável pela morte de mais de 20 mil pessoas na Ilha.
Após a Invasão da Baía dos Porcos, se as tropas mercenárias tivessem sucesso, a missão dos comandos seria exterminar os revolucionários.
Só em 1963, foram planeadas 88 ações contra o governo cubano. 15 foram cancelados; 69 reprovaram por motivos diversos (destes 69, 10 estavam aguardando); e apenas 4 tiveram relativamente sucesso. Ou seja, 21 em cada 22 operações falharam por algum motivo, com elevado custo de homens e recursos.
Em agosto de 1962, o general americano Edward Lansdale apresentou um plano contra o governo cubano que foi denominado "Curso Intensificado B", que consistiu numa escalada de ações hostis que culminaria com a invasão de Cuba pelas forças armadas dos Estados Unidos.
O “Intensificado” começaria com a detonação das instalações das minas de Matahambre, em Pinar del Río. Outros alvos seriam refinarias e plantas de processamento de níquel.
As colheitas em Cuba também seriam destruídas pelo fogo e por agentes químicos e biológicos. Dado o evidente fracasso das ações contra as Grandes Antilhas, muitos desses homens treinados pela CIA foram transferidos para várias partes do mundo, por exemplo, em África foram utilizados como força de apoio a Mobutu Sese Seko, no Zaire.
Estiveram também no Vietnã, a partir de 1964, os cubanos da Operação 40 participaram da Operação Phoenix, através da qual milhares de vietnamitas foram torturados, mutilados e assassinados. Entre esses cubanos estava Félix Rodríguez, assassino de Che Guevara.
No Laos, juntamente com a Agência, treinaram e armaram grupos paramilitares.
Naqueles anos, a doutrina incorporada na Operação Condor surgiu na Escola das Américas e nas Conferências dos Exércitos Americanos, para impedir a “propagação do comunismo na América Latina”.
O Plano Cóndor foi estabelecido em 25 de novembro de 1975, sob a direção e patrocínio da CIA, em uma reunião realizada em Santiago do Chile entre Manuel Contreras, chefe da DINA e os chefes dos serviços de inteligência militar da Argentina, Bolívia, Chile, Paraguai e Uruguai.
Tiveram papel de destaque no Plano Condor, alguns dos sujeitos treinados pela CIA, ex-integrantes da Operação 40, participaram de ações punitivas contra civis, torturaram, desapareceram e exterminaram milhares de latino-americanos, ainda se diz que não foi cancelado.
Fontes: Fabian Escalante, A guerra secreta: operações secretas da CIA contra Cuba, 1959-62 [1995]
* Este é um artigo de opinião e não necessariamente expressa a linha editorial do Brasil de Fato.
Edição: Katia Marko