O Parque da Redenção foi palco, no último sábado (8), de roda de conversa sobre a relação dos centros urbanos com o meio ambiente. Diante das tragédias causadas pelas chuvas extremas que atingiram o Rio Grande do Sul no mês de maio e que fizeram com que até cidades inteiras fossem evacuadas, ambientalistas históricos se reuniram para propor medidas que garantam o compromisso da população e dos governantes para a sobrevivência das gerações futuras.
O encontro teve início às 10h30, no Monumento ao Expedicionário, e contou com a participação da pré-candidata a vice-prefeita de Porto Alegre, Tamyres Filgueira (PSOL), e da deputada federal e pré-candidata a prefeita de Porto Alegre, Maria do Rosário (PT).
Na ocasião, também foi lançada uma carta com propostas que buscam a construção de uma política de gestão ambiental para a capital gaúcha. O documento elabora medidas para a criação de uma cidade ambientalmente sustentável e socialmente justa.
A carta abarca questões como a preservação da cidade e do meio ambiente, a responsabilidade dos municípios na questão do urbanismo ambiental, a relação de seus moradores com o meio ambiente e a retomada do protagonismo ambiental. O documento discute a participação da população nas tomadas de decisões sobre a reconstrução de Porto Alegre, que agora está a cargo da empresa estadunidense Alvarez & Marsal (A&M).
Segundo o documento, a calamidade das enchentes que se abateu em Porto Alegre e que abrangeu 94,77% dos municípios do Rio Grande do Sul merece uma reflexão sobre nossa vulnerabilidade às cheias. “Também temos que considerar que a insistência em negligenciar a emergência climática traz impactos devastadores à sociedade e ao ambiente e são um sinal de alerta do esgotamento das políticas neoliberais que destruíram o serviço público na Capital.”
Defende, ainda, o resgate da participação democrática e popular no Conselho Municipal de Meio Ambiente (Comam) e no Conselho Municipal de Desenvolvimento Urbano e Ambiental (CMDUA), que trata do Plano Diretor, bem como do Orçamento Participativo, eliminando-se a ingerência de setores da construção civil e os interesses do setor imobiliário. “No caso do Comam, as entidades ambientalistas reivindicam a eliminação do sorteio e ingerência do governo na representação das entidades e o restabelecimento da autonomia na indicação do setor pela Apedema-RS (Assembleia Permanente de Entidades em Defesa do Meio Ambiente – RS).”
Para ler e assinar o manifesto acesse aqui.
Edição: Katia Marko