Rio Grande do Sul

Crise climática RS

Moradores da Vila Farrapos e do bairro Humaitá fazem ato para cobrar instalação de bomba

Água represada nas casas há 25 dias foi retirada com baldes; DMAE promete equipamento para esta semana

Brasil de Fato | Porto Alegre (RS) |
Ato teve como objetivo chamar atenção da demora do poder público em resolver a situação da enchente na região - Foto: Arquivo Pessoal

Um grupo de moradores da Vila Farrapos e do bairro Humaitá, na zona norte de Porto Alegre, fizeram um ato simbólico, na manhã desta segunda-feira (27), em que retiravam a água de suas casas com baldes e, em seguida, jogavam na BR-290. A região está há 25 dias embaixo de água. De acordo com o painel informativo sobre as enchentes da prefeitura de Porto Alegre, 12.617 pessoas foram afetadas pelas chuvas no Humaitá, e 17.522 na Vila Farrapos.

De acordo com os moradores, o pouco que tinham foi levado pelas águas e o que sobrou não pode ser aproveitado. Algumas pessoas tentaram acessar as casas de forma independente, por meio de barcos, para saber quais as condições do imóvel e se conseguiriam resgatar algum pertence ou pessoas e animais que ainda precisassem de ajuda. 

O ato teve como objetivo chamar atenção para a demora do Poder Público em resolver a situação. Uma bomba emprestada pela Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) deverá ser instalada nesta segunda-feira (27) ao lado de uma casa de bombas do bairro para ajudar no escoamento da água. O equipamento deveria ter sido colocado no domingo (26).
 
“Essa chuva dos últimos dias atrasou muito o serviço, o pessoal não conseguiu finalizar, acabou finalizando ontem muito tarde lá no Sarandi a terceira bomba e hoje a equipe da Sabesp vai estar lá no terceiro batalhão do Exército em Nova Santa Rita, onde estão alocadas as bombas e estão fazendo uma pré-montagem para que amanhã [segunda] se traga a bomba e se finalize a instalação ali no Humaitá", afirmou o diretor-geral do Departamento Municipal de Água e Esgotos (DMAE), Maurício Loss, ao jornal GZH.

A terceira bomba da Sabesp, no bairro Sarandi, foi finalizada no sábado (25). O bairro é o mais impactado com a enchente na capital, onde mais de 26 mil pessoas foram afetadas. 

De acordo com o DMAE, atualmente, 11 das 23 estações de bombeamento estão em funcionamento em Porto Alegre. “Muitos motores foram para o processo de lavagem e de secagem, e voltam ao longo da semana. Nós não temos como precisar ainda os dias em que as casas de bombas voltarão a operar, mas ao longo da semana teremos um avanço. Muito possível na terça-feira já tenhamos a casa de bomba número 6 no Anchieta”, apontou o diretor.

Em coletiva de imprensa na última quinta-feira (23), Loss informou que restabelecer o funcionamento de todas essas estações de bombeamento não é simples. “Nós temos que tirar esse motor e em primeiro momento, conforme as águas forem baixando, precisamos conseguir acessar essas casas de bomba. Seja com rachão, maquinário para poder iniciar o processo de recuperação. Isso a gente tem feito gradativamente”, explicou. 

Pelas redes sociais, parlamentares gaúchos, como o deputado estadual Matheus Gomes (PSOL), a deputada federal Reginete Bispo (PT) e a vereadora Abigail Pereira (PCdoB), têm destacado a situação da região. 

Pela sua conta no X, o DMAE afirmou que está em contato com a comunidade do Humaitá. “Eles não estão desassistidos. Está chegando a bomba da Sabesp para ajudar na drenagem da região. Trabalhamos para solucionar o mais breve possível.”

Incêndio no Humaitá

Neste domingo (27), um incêndio de grandes proporções atingiu um prédio comercial na Avenida José Aloísio Filho, no bairro Humaitá, na zona norte de Porto Alegre. No local funciona uma loja de vidros automotivos.

Podcast

A situação de comunidades impactadas pelas enchentes no Rio Grande do Sul foi tema do podcast De Fato deste sábado (25), que conversou com a deputada estadual Laura Sito (PT), presidente da Comissão de Cidadania e Direitos Humanos da Assembleia Legislativa, e o deputado estadual Adão Pretto Filho (PT).  


Edição: Katia Marko