Nesta semana, foram 248 cestas básicas e 287 kits de limpeza para catadoras e catadores de Unidades de Triagem (UTs). A maior parte foi entregue até a manhã de quinta-feira (23), além de 950 litros de água para unidades e trabalhadores que estavam sem abastecimento.
A campanha SOS Catadoras das Unidades de Triagem de Porto Alegre também está contribuindo para a aquisição de equipamentos de proteção individual para as equipes de UTs. Antes do desastre climático, as instalações de algumas UTs já estavam em situação muito precária.
As cestas e kits foram uma doação da empresa Trashin, no valor de R$ 33.357,00. Também foram adquiridas com recursos da campanha 15 botas de borracha, 15 capas de chuva e 30 bags (onde se colocam os recicláveis segregados).
Sérgio Finger, diretor da empresa, comentou que as UTs sempre foram parceiras muito importantes para a Trashin, desde que começaram a operar. "Sabemos de todas as necessidades e dificuldades que enfrentam normalmente e o quanto isso tudo foi amplificado com a atual situação das inundações em nosso estado. Por conta disso, nossos primeiros movimentos como empresa foram para dar segurança aos nossos funcionários e buscar alternativas de apoio às unidades de triagem.”
EPIs são importantes
Também faz parte da campanha, o levantamento das necessidades das trabalhadoras. Anita Cristina de Jesus, pesquisadora, mestranda em Ambiente e Sustentabilidade na Universidade Estadual do RS, concluiu um diagnóstico da situação de cada UT. Os dados serão utilizados para a aquisição de mais equipamentos de proteção individual (EPIs).
As UTs beneficiadas até o momento foram as da Associação de Trabalhadores de Materiais Recicláveis Santíssima Trindade, localizada no bairro Rubem Berta, que receberam dinheiro para compra de EPIs com os recursos da campanha, 13 cestas básicas e 30 kits de limpeza; Associação de Reciclagem Ecológica Rubem Berta, situada no bairro de mesmo nome, onde foram entregues 25 cestas básicas e 25 kits de limpeza; e 13 cestas para a Cooperativa de Trabalho Socioambiental Mãos Unidas, mais conhecida como UT do Aterro da Zona Norte.
Desde o dia do lançamento da campanha, dia 4 de maio, a iniciativa já conseguiu arrecadar R$ 59.060,51. Toda utilização dos recursos e doações são definidos por um comitê de mulheres voluntárias.
A mobilização, que começou com integrantes do coletivo POA Inquieta, agora está sendo organizada pelo Centro de Educação Ambiental (CEA), onde fica o Centro de Triagem da Vila Pinto, fundado por Marli Medeiros em 1996, no bairro Bom Jesus em Porto Alegre. A campanha ainda conta com o apoio da Agência Compromisso, da pesquisa acadêmica Mãos que Reciclam, da empresa Apoena Socioambiental e campanha Coleta Seletiva Viva POA.
Catadores(as) perderam tudo o que tinham
A Capital dispõe de 16 associações e cooperativas em operação, sendo que seis foram atingidas severamente pela enchente. A maior parte dos catadores e catadoras não conseguiu voltar para casa. Muitos perderam tudo. E não têm previsão de retorno aos seus ambientes de trabalho.
Outras 10 unidades seguem em funcionamento, mas enfrentam muitos problemas para a comercialização dos resíduos em razão das dificuldades logísticas e de questões enfrentadas pelos compradores em decorrência do desastre climático. Vale ressaltar que a categoria vive daquilo que consegue vender, portanto, a campanha é de extrema necessidade.
As doações em dinheiro podem ser feitas pelo Pix: [email protected]. Depósito bancário: Centro Cultural Marli Medeiros (CEMME), Banco Banrisul Agência: 0027 Conta Corrente 06.855515.8-7.
Doações de cestas básicas, água, alimentos não perecíveis: Centro de Educação Ambiental (CEA): rua T, 143, bairro Jardim do Salso (Contato: Paula Medeiros 51. 985.002.474)
Por favor, envie o comprovante para o mesmo e-mail do Pix: [email protected]
Edição: Katia Marko