A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) divulgou boletim, nesta segunda-feira (20), com uma avaliação da situação do abastecimento das frutas e hortaliças no Rio Grande do Sul, após o impacto das enchentes. O documento aponta condições extremamente adversas para o plantio, escoamento e comercialização de produtos no estado.
De acordo com a publicação, as operações comerciais realizadas na Central de Abastecimento do RS (Ceasa-RS), em Porto Alegre, foram transferidas para a cidade de Gravataí. Ainda assim, os problemas logísticos dificultam a chegada dos alimentos até a central. Também dificultam que os consumidores se abastecer e retornam para seus estabelecimentos comerciais para ofertá-los à população.
Por outro lado, a Ceasa Serra, em Caxias do Sul, está operando de forma normal, pois não foi atingida pela inundação. Contudo, o volume comercializado está menor,uma vez que muitos produtores foram atingidos.
Com relação à produção dos alimentos, para as folhosas, segundo a Emater no RS, o cenário em diversas regiões do estado é de impacto negativo pelo longo período chuvoso, com alagamento em algumas regiões produtoras. Até em ambientes protegidos o desenvolvimento tem sido comprometido pela elevada umidade com baixa luminosidade.
Outro problema é a impossibilidade de realizar o manejo das áreas para a reconstrução de canteiros na maior parte do período. Verificam-se perdas de solo, nutrientes e matéria orgânica. Na Fronteira Oeste, os produtores de alface de Uruguaiana relatam perda de 50% da produção em função do longo período chuvoso.
Para as frutas, uma das preocupações é com os citros. De acordo com a empresa de assistência técnica e extensão rural gaúcha, em Santa Rosa, grande parte das plantas cítricas apresenta carga e frutos pequenos, além da presença de cochonilha, ácaro e pulgão. No município há oferta de variedades precoces de bergamota Okitsu, Ponkan e Satsuma e de laranja do céu. Já em Soledade, verifica-se atraso no desenvolvimento e na maturação de frutos por falta de luminosidade, além de baixa qualidade.
Apesar dos problemas de logística e produção encontrados na Ceasa-RS, a maioria dos produtos teve a cotação dos preços estáveis no comparativo com os preços anteriores às enchentes. As altas mais destacadas, no dia 15 de maio, foram da rúcula, couve, morango e beterraba. Já na Ceasa Serra, na média das cotações coletadas no dia 7 e 14 de maio, de 48 produtos acompanhados, 35 tiveram alta, 4 mantiveram os preços e 9 tiveram queda quando comparados com abril.
A análise está no 5º Boletim do Programa Brasileiro de Modernização do Mercado Hortigranjeiro (Prohort). Traz informações de entidades representativas do setor, como as Centrais de Abastecimento do Rio Grande do Sul (Ceasa/RS), Ceasa Serra ADCOINTER – Caxias do Sul e a Associação Riograndense de Empreendimentos de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater/RS), está no 5º Boletim do Programa Brasileiro de Modernização do Mercado Hortigranjeiro (Prohort).
Edição: Marcelo Ferreira