Dois ônibus foram incendiados na noite deste domingo (19) em Porto Alegre em frente ao Condomínio Princesa Isabel, conhecido como Carandiru. Informações premilinares da Brigada Militar (BM) apontam que a ação foi realizada por moradores que protestavam contra uma abordagem e o desaparecimento de um homem investigado em inquérito policial. Não há registro de pessoas feridas.
Conforme a BM, a corporação foi acionada devido a um bloqueio da via na esquina das avenidas João Pessoa e Princesa Isabel, em frente ao condomínio. Ao chegarem, houve confronto com cerca de 50 manifestantes. Testemunhas informam que os coletivos estavam com passageiros, que foram orientados a descer antes que o fogo se espalhasse.
Cerca de 15 viaturas foram deslocadas ao local. Por volta das 21h, a situação foi controlada pela Tropa de Choque da BM. O Corpo de Bombeiros Militar foi acionado e combateu as chamas que atingiram os veículos. A polícia segue monitorando o local na manhã desta segunda-feira (20).
O deputado estadual Leonel Radde (PT), que é policial civil licenciado, alertou, nas suas redes sociais: “Antes que iniciem as fake news: os ônibus queimados em frente ao condomínio Princesa Isabel, em Porto Alegre, não tem relação com a catástrofe do RS. Um líder criminoso da região estaria desaparecido e por isso a ação terrorista no local. Os órgãos responsáveis já dominaram a situação.”
O chefe da Polícia Civil do RS, delegado Fernando Antônio Sodré, disse à Rádio Guaíba que a motivação é objeto de apuração pelos investigadores. Ele não confirmou a informação de que o protesto estaria relacionado ao desaparecimento e morte de um homem. “Vamos ver qual o motivo que ensejou a conduta criminosa”, resumiu.
O Condomínio Princesa Isabel abriga em sua estrutura cerca de 200 apartamentos populares. Uma reportagem do Brasil de Fato RS publicada em setembro de 2021 foi até o local, habitado por famílias pobres, a maioria negras, localizado em região valorizada da cidade, que ao longo dos anos sofre com preconceito e abordagens policiais.
Edição: Marcelo Ferreira