Trinta movimentos sociais, entidades, escolas federais e sindicatos se uniram para atender as vítimas da enchente em Pelotas, cidade do Sul gaúcho, distante 255 km de Porto Alegre. Cerca de 300 voluntários, já no início da atividade, montaram duas cozinhas solidárias propiciando alimentação para centenas de desabrigados.
“Nossa primeira reunião foi em 3 de maio e, algumas horas depois, já estávamos produzindo comida, porque a primeira coisa que as pessoas precisam é se alimentar”, comenta Lair de Mattos, presidente do Sindicato da Alimentação de Pelotas e um dos coordenadores da iniciativa.
Alimentos também para diabéticos e celíacos
Hoje, a iniciativa conta com duas cozinhas solidárias, uma no Sindicato da Alimentação e outra no Armazém do Campo, do MST, alimentando mais de 400 pessoas por dia, oferecendo café da manhã, almoço e jantar. São, ao menos, mil refeições diárias, que atendem também às necessidades específicas que vêm das pessoas atingidas, como o preparo de alimentos para diabéticos e celíacos.
Denominado “Solidariedade Pelotas”, o movimento surgiu a partir da articulação de sindicatos de trabalhadoras e trabalhadores, mas logo aglutinou movimentos sociais, coletivos e instituições. Hoje, entre outras organizações, o mutirão abarca, por exemplo, a Universidade Federal de Pelotas (UFPel), o Instituto Federal Sul-riograndense (IFSul), a Cáritas e o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), além de cidadãs e cidadãos dispostos a ajudar.
Iniciativa está produzindo cerca de mil refeições diárias em duas cozinhas solidárias / Foto: Divulgação
Central de doações
Além das refeições, “Solidariedade Pelotas” montou uma central de doações e triagem, que direciona roupas, itens de higiene e de cama e banho para os locais necessitados.
O acolhimento se estende também aos animais atingidos, com suporte aos abrigos, resgates e alimentação. Para dar conta de tantas frentes no cenário de catástrofe, o grupo se organiza em equipes que contemplam também transporte e logística, finanças e comunicação.
“Esse momento vai ter muitos desdobramentos e a gente precisa ter fôlego”, observa Alessandra Gasparotto, também da coordenação.
Voluntários trabalham em central de doações e triagem de roupas, itens de higiene e de cama e banho / Foto: Divulgação
Como ajudar
“Solidariedade Pelotas” recebe doações em dinheiro, pela chave pix [email protected]. Em Pelotas, são aceitas doações de alimentos, artigos de higiene pessoal, cobertores, toalhas e ração para animais.
Há diversos pontos de coleta na cidade, entre os quais a Casa do Trabalhador (rua Santa Cruz, 2464), além de diretamente nas cozinhas solidárias. Uma delas funciona na rua Almirante Barroso, 3.124, e a outra na rua Padre Anchieta, 1.212.
As ações realizadas e as formas de ajudar são divulgadas nas redes sociais do movimento, no Instagram (@solidariedadepelotas2024), no TikTok (@solidariedade.pel) e no Facebook (Solidariedade Pelotas).
Edição: Marcelo Ferreira