Rio Grande do Sul

SERVIÇO PÚBLICO

Sindicato reforça a importância dos servidores públicos diante da tragédia no RS

Reportagem do Sindiserf/RS destaca órgãos que atuam na linha de frente para abrir estradas e levar alimentos para o povo

Brasil de Fato Porto Alegre |
De acordo com o levantamento do DNIT, no domingo (12) chegaram a ter 23 pontos de rodovias federais interditados no estado - Foto: Reprodução DNIT

Diante de uma catástrofe climática como essa que assola o Rio Grande do Sul, a atuação dos servidores públicos se faz ainda mais necessária e importante para a sociedade. Desde os primeiros dias de maio quando as chuvas alcançaram patamares extremos e as enchentes e inundações invadiram cidades inteiras, órgãos e empresas públicas agem para minimizar os danos e sofrimentos das pessoas atingidas. Há também diversas iniciativas e campanha de solidariedade para auxiliar os próprios colegas, servidores públicos que foram atingidos pelas enchentes.

Com objetivo de trazer à luz o trabalho realizado neste momento, o Sindicato dos Servidores e Empregados Púbicos Federais do RS (Sindiserf/RS) iniciou uma série de reportagens sobre a força tarefa dos órgãos e empresas públicas. A primeira aborda as ações do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) e da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). A escolha desses órgãos, segundo o sindicato, justifica-se por estarem diretamente ligados com dois direitos humanos básicos que ficam cerceados na situação que a sociedade gaúcha enfrenta: o direito de ir e vir e o direito à alimentação.

Confira, abaixo, a reportagem:

Criar novas rotas

As equipes do DNIT atuam dia e noite, nas últimas semanas, para liberar os pontos com interdições nas rodovias federais sob sua administração no RS. Há trechos interrompidos total ou parcialmente e operando com sistema de “pare” e siga”. De acordo com o levantamento da autarquia, no domingo (12) chegaram a ter 23 pontos interditados no estado.

“Desde o início das fortes chuvas neste mês de maio, os cerca de 600 profissionais, entre servidores e terceirizados, que atuam no DNIT no Rio Grande Sul estão conseguindo desobstruir principalmente pontos com quedas de barreiras e atuando na recuperação do pavimento onde as condições climáticas são mais favoráveis”, conta o servidor do Departamento, Luís Ribeiro. Porém, em diversos momentos, o clima mais severo se configurou num desafio ainda maior. “O excesso de chuva e as inundações têm possibilitado apenas a realização de ações emergenciais como a implantação de sinalização, alertando para a situação.”

O servidor salienta que foram deslocadas equipes de emergência para as cidades gaúchas afetadas com a finalidade de liberar o tráfego o quanto antes e garantir o deslocamento, principalmente dos veículos de emergência. “É muito importante destacar que essas rotas são destinadas prioritariamente aos veículos com caráter emergencial, transportando suprimentos e mantimentos para as localidades atingidas, além de dar celeridade às ações de resgate”, reforça Luís.


“O excesso de chuva e as inundações têm possibilitado apenas a realização de ações emergenciais como a implantação de sinalização, alertando para a situação.” / Foto: Reprodução DNIT

Alimentar o povo

Por trabalhar com agricultara e abastecimento social, a tarefa principal da Conab/RS é fazer com que os alimentos cheguem em todas as regiões do estado. No primeiro momento desse quadro de calamidade, a Companhia realiza a entrega de 52 mil cestas de alimentos (com arroz, feijão, massas, farinha…) para os municípios atingidos e cozinha solidárias, que atuam junto aos inúmeros abrigos. Outra ação da Companha é o transporte de milho de outros estados para viabilizar a ração para os pequenos e médios pecuaristas.

Segundo o empregado da Conab, Antônio Alberto Matheus dos Santos Neto, a equipe da Companhia no RS já é pequena e sofreu com o sucateamento. “A Conab é uma empresa pública que está sem concurso há 10 anos e neste período, sofremos com perdas de colegas que se aposentaram ou prestaram outros concursos. Portanto, nosso quadro é enxuto e tivemos colegas atingidos, alguns com a água invadindo suas casas, outros com inundações nas ruas que residem, se viram obrigados a sair de seus apartamentos”, conta ele.

Por conta da demanda, a Conab recebeu reforço de servidores de outros estados. Mas, ainda assim, todas as empregadas e empregados públicos da Conab estão trabalhando, numa força tarefa que alguns chegam a cumprir por 12 horas, em home-office, fazendo inúmeras horas-extras, inclusive aos finais de semana e sacrificando férias que já estavam programadas.

“Todos nós fomos afetados de alguma forma, seja diretamente com as inundações ou com a falta de luz, água e internet. Não estamos com expediente na Conab porque o prédio está sem internet e ainda assim cumprindo a nossa missão e a do estado, de levar alimentos aonde mais precisa”, afirma Matheus.

Ainda estão previstas, a entrega de mais 47 mil cestas de alimentos, num segundo momento.

O secretário adjunto de filiação e política sindical do Sindiserf/RS, Jorge Ildo da Motta também é empregado da Conab e atua diretamente no transporte dos alimentos. Justamente pela alta demanda de trabalho neste momento, o Sindicato não conseguiu conversar com ele.

*As informações são do Sindiserf/RS.


Edição: Marcelo Ferreira