Rio Grande do Sul

EMERGÊNCIA CLIMÁTICA

Governo federal mobiliza prefeitos para cadastramento de atingidos pelas enchentes a fim de liberar auxílio

Ministros informam chegada de bombas de outros estados para retirar águas das cidades alagadas na região Metropolitana

Brasil de Fato | Porto Alegre |
Secretário Adriano Massuda e ministros Paulo Pimenta e Waldez Góes deram entrevista coletiva na tarde desta sexta-feira (17) - Foto: Jorge Leão

O ministro extraordinário para Apoio à Reconstrução do Rio Grande do Sul, Paulo Pimenta, se reuniu com o ministro das Cidades, Jader Barbalho, e os prefeitos da região Metropolitana de Porto Alegre para tratar do cadastramento das casas atingidas pelas enchentes. O anúncio foi feito em coletiva de imprensa realizada nesta sexta-feira (17), quando foram atualizadas as ações do governo federal no estado.

Pimenta informou que o ministro Jader pediu para que as prefeituras fizessem um mapeamento poligonal das áreas atingidas pelas águas, para servir como critério para liberação de ajudas. Também anunciou que o presidente Lula se reuniria com os prefeitos de maneira virtual, ainda hoje, para pedir o cadastramento das pessoas físicas prejudicadas pelas cheias em cada cidade, para poder liberar o Pix de R$ 5,1 mil.

Participaram da coletiva os representantes do governo federal presentes em Porto Alegre - além de Pimenta, o minisgtro do Desenvolvimento Regional, Waldez Góes, e o secretário nacional do Ministério da Saúde, Ariano Massuda. Inicialmente, foi apresentado um balanço de todas as atividades já desenvolvidas pelo governo federal em auxílio ao Rio Grande do Sul e a situação da região Metropolitana de Porto Alegre.

Limpeza em primeiro lugar

Pimenta afirmou que a região que teve mais pessoas atingidas pela tragédia climática no estado foi a Metropolitana. “Cerca de 70% das pessoas abrigadas no estado estão nessas localidades”, afirmou ele, ressaltando que o numero pode chegar a 80% se for levado em conta os que estão abrigados na cidade de Gravataí, que não foi tão atingida pelas águas.

Salientou que a tarefa mais urgente no momento é retirar as águas de Canoas, Porto Alegre e São Leopoldo para que se possa restaurar o sistema de proteção antes da chegada de novas chuvas, que estão previstas para quarta-feira (22).

Neste sentido o governo federal articulou a vinda de 27 bombas de recalque de outros estados. São 18 equipamentos cedidos pela Sabesp, de São Paulo, sete do Ceará e uma de Alagoas. “As oito do Nordeste são do sistema de transposição das águas do rio São Francisco”, explicou.

O ministro Waldez disse que existe esta urgência para que se possa avaliar e precificar as necessidades reais para cada localidade atingida. Lembrou que algumas prefeituras do Vale do Taquari, onde a água já baixou, já eviram projetos e estão recebendo recursos para a reconstrução.

PImenta disse que o presidente Lula (PT) determinou que, num segundo momento, o governo federal quer ajudar a fazer um estudo para revitalizar todo o sistema de diques da região. "Certamente esses diques vão ter que ser levados, com a modernização do sistema de bombas e a complementação daquilo que não foi feito.”

Saúde: a urgência são doenças respiratórias

O secretário Adriano Massuda revelou que as possíveis doenças causadas pelas enchentes estão controladas: tétano, leptospirose e doenças do trato gástrico. A maior preocupação dos técnicos no momento são as do trato respiratório, comuns nesta época do ano pela chegada do frio e pela exposição das pessoas nos abrigos.

Conforme ele, o Ministério da Saúde, através do Sistema Único de Saúde (SUS) já investiu R$66 milhões. Lembrou que quatro hospitais de campanha estão praticamente prontos e já realizaram mais de 2,5 mil atendimentos em São Leopoldo, Canoas e Porto Alegre, e o último deles será construído ainda na próxima semana em Novo Hamburgo.

A novidade, segundo ele, é que serão criados mais 120 leitos hospitalares no sistema do Grupo Hospitalar Conceição (GHC). Também será liberada a contratação emergencial de mais 629 servidores da área para atuarem até dezembro, podendo ter seus contratos prorrogados até fevereiro do próximo ano.


Edição: Marcelo Ferreira