Ilhados e sem condições de sair do local, os grupos do Movimento Atingidos por Barragens (MAB) de Arroio do Meio, região Central do Rio Grande do Sul, estão com uma cozinha solidária funcionando para atender os desabrigados pela enchente no município. Diversos bairros da cidade foram completamente destruídos pela inundação do rio Taquari.
Instalada numa das casas provisórias de 18 metros quadrados construídas pela prefeitura local depois das enchentes de setembro e novembro, a cozinha, somente no sábado (11), produziu 150 marmitas. Esta é uma das tantas iniciativas solidárias que se espalham pelo estado.
Para esta façanha, conseguiram alimentos com os produtores de Arroio do Meio e até mesmo sacrificaram um porco de 140 kg, a fim de obter a carne necessária. A coordenadora do grupo Novo Horizonte, Luana Paloma de Jesus Gomes, enfrenta o desabastecimento na cidade e pede contribuições para a compra de utensílios e alimentos para o melhor funcionamento desta cozinha solidária.
O MAB informa que está com um plano de instalação de pelo menos outras nove cozinhas solidárias em três áreas atingidas pelas enchentes. A coordenadora do movimento, Alexania Rossato adiantou ao Brasil de Fato RS que militantes do outros estados estão sendo mobilizados para virem ao estado.
Das dez cozinhas, cinco serão no Vale do Taquari, quatro no baixo Jacuí e uma já está em funcionamento junto ao Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) na Azenha, em Porto Alegre. "Neste momento, estas regiões estão isoladas e sem acesso terrestre. Mas o plano continua e o MAB está buscando as condições para a instalação das cozinhas assim que possível”, avisa Alexania.
Uma ação cooperada
A iniciativa das cozinhas solidárias é um esforço cooperado do MAB, do MTST, do Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA), da Marcha Mundial de Mulheres (MMM), do Levante Popular da Juventude, da Amigas da Terra, da Ação da Cidadania, da Cáritas e do Sindipetro/RS.
Leonardo Maggi, da coordenação do MAB, conta que estão em montagem várias cozinhas na região Metropolitana: na Azenha, no Morro da Cruz, em Porto Alegre, e em Canoas; no Vale do Taquari, em Arroio do Meio, Estrela, Lajeado e Cruzeiro do sul. "Todas essas cozinhas, esse esforço cooperado tem como objetivo servir 10 mil refeições por dia, já na próxima semana. A demanda é muito maior, chega a 20 mil quentinhas diárias. Na ultima semana conseguimos fazer 16 mil refeições, é um processo que está aumentando, numa crescente quase tão forte como a das águas”, afirma.
Desde a sexta-feira (3), o MAB, o MTST e o Levante Popular da Juventude iniciaram a distribuição de marmitas através das cozinhas solidárias. Nessa data, a cozinha solidária da Azenha em Porto Alegre entregou mil quentinhas aos atingidos pela enchente na Capital. De acordo com os movimentos, a perspectiva é levar alento a quem está perdendo tudo com esta enchente histórica.
Esta não é a primeira vez que os movimentos sociais atuam em prol da comunidade em momentos de tragédia. MAB, MTST, MPA e MMM também atuaram na cozinha solidária em Arroio do Meio, na enchente do rio Taquari em setembro de 2023. Naquele momento foram feitas 31 mil marmitas.
Você também pode contribuir com as cozinhas solidárias neste momento difícil do Rio Grande do Sul. Doações para a Associação Nacional dos Atingidos por Barragens (ANAB).
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Edição: Marcelo Ferreira