Rio Grande do Sul

CALAMIDADE PÚBLICA

Enchente chega aos bairros Cidade Baixa e Menino Deus em Porto Alegre 

Prefeitura orienta que a população da região busque lugar seguro em casas de familiares ou nos abrigos disponibilizados

Brasil de Fato Porto Alegre |
Água começou a subir nas ruas da Cidade Baixa na manhã desta segunda-feira (6) - Foto: Rosane Kich

A cheia histórica do Guaíba segue trazendo enchente para as ruas de Porto Alegre. Após chegar ao Centro histórico e mediações, e no bairro Sarandi, a água vem avançando rapidamente pela região da Cidade Baixa e Menino Deus. Em nota divulgada nesta segunda-feira (6) a prefeitura orienta que a população da região busque abrigo seguro em casas de familiares ou nos abrigos disponibilizados.

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De acordo com o Executivo municipal, o Departamento Municipal de Água e Esgotos (Dmae) informa que a energia elétrica foi desligada na Estação de Bombeamento de Água Pluvial (Ebap) 16, na altura da Rótula das Cuias, a pedido da CEEE Equatorial. 

Primeiramente, são impactadas pelo alagamento as vias Washington Luiz, Demétrio Ribeiro, José do Patrocínio, Rua da República, Lima e Silva, Venâncio Aires, até o encontro com a Getúlio Vargas.

Segundo divulgou a pouco a Rádio Gaúcha, há relatos que as pessoas estão saindo em desespero pelas ruas, inclusive pela contramão nas ruas.

Em sua conta no Twitter/X o prefeito Sebastião Melo publicou um vídeo, situado na Av. Borges de Medeiros próximo ao DAER, mostrando o alagamento da região.

Situação seguirá nos próximos dias 

Professores do Instituto de Pesquisas Hidráulicas da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (IPH/Ufrgs) divulgaram no início da tarde desta segunda um novo boletim com previsões sobre o comportamento da cheia do Guaíba para os próximos dias. Às 15 horas desta segunda-feira o nível do Guaíba estava em 5,28m. 

De acordo com os professores os cenários de previsão indicam cheia duradoura, com níveis elevados acima de 5 m nos próximos dias. “Redução lenta mantendo-se acima de 4 m durante a semana. Há possibilidade de elevação por efeito das chuvas previstas a partir de final de semana podendo retornar a marca dos 5 m. Caso as chuvas não se confirmem, há tendência de redução, mas mantendo-se acima de 3 m nos próximos 10 dias. A título de comparação, na cheia de 1941 levou-se 32 dias para a descida do nível até 3 m”, destacam. 

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Os professores recomendam que, considerando os elevados níveis previstos e suas incertezas, por segurança, sejam tomadas todas as ações de proteção de vidas e minimização dos prejuízos nas áreas já impactadas e nas potencialmente impactadas.

“Considerando ainda a elevada duração prevista, recomenda-se ações imediatas na busca de soluções para restabelecimento de infraestruturas de serviços essenciais como abastecimento d´água e manejo de resíduos sólidos.”

Racionamento 

A prefeitura publicou em edição extra do Diário Oficial de Porto Alegre (Dopa), nesta segunda-feira, decreto que determina o racionamento de água na cidade e restringe o uso do recurso enquanto a enchente impedir a regularização do serviço. A água distribuída pelo Departamento Municipal de Água e Esgotos (Dmae) deve ser, exclusivamente, para consumo essencial.

“Estamos vivendo um desastre natural sem precedentes em Porto Alegre e no Rio Grande, e todos precisam contribuir. O desabastecimento é real e vai levar tempo até ser retomado com regularidade. Estamos buscando alternativas em diferentes frentes, mas a consciência de cada cidadão é decisiva para não piorar o cenário”, apelou Sebastião Melo.

Atividades como lavagens automotivas, de calçadas e fachadas, rega de jardins e gramados, bem como uso em salões de beleza, clínicas estéticas, academias, em banho e tosa de animais devem ser evitadas para preservar o recurso.

As decisões valem até que seja retomada a regularidade no abastecimento de água em Porto Alegre.


Edição: Katia Marko