O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), o Levante Popular da Juventude e as Cozinhas Solidárias se uniram nesta quarta-feira (1º), Dia Internacional dos Trabalhadores e Trabalhadoras, para prestar solidariedade nesse momento de tragédia climática que o estado está vivendo.
:: Conab e cooperativas doam mais de 30 toneladas de alimentos em Porto Alegre nesta sexta-feira ::
Mesmo com a chuva, cedo da manhã os militantes chegaram para ajudar na produção do alimento e das marmitas.
“Que pra cada descaso com nossas vidas, tenha uma cozinha solidária, um movimento social pronto pra ajudar e construir a luta e a solidariedade”, resume Lucas Monteiro, dirigente do Levante no RS.
Segundo ele, foram organizados marmitaços em quatro periferias de Porto Alegre e Região Metropolitana, em parceria com as cozinhas comunitárias e solidárias, com o MST e os Comitês Populares.
“As fortes chuvas que alagam o estado reforçam a necessidade de união e a solidariedade nós por nós!”, salientou.
Na Mario Quintana, as marmitas foram preparadas na Associação de Reciclagem Força e Coragem, conduzida pela Tia Lúcia. Na Bom Jesus, foi na Cozinha Nossa Senhora de Aparecida da Tia Bete. Na Cruzeiro, foi na Vila Barracão, na sede da União de Vilas e do Cursinho Popular Guilherme Soares, onde também foi montada uma Banquinha de Direitos. Também teve marmitaço e uma Banquinha de Saúde e serviços no bairro Santa Cecília, em Viamão.
Cooperativas doam arroz, feijão e carne de porco
A doação dos alimentos para as marmitas foi das cooperativas da Reforma Agrária. A Cooperativa de Produção Agropecuária Nova Santa Rita (Coopan), de Nova Santa Rita, doou 450 kg de carne de porco. Já a Cooperativa dos Trabalhadores Assentados da Região de Porto Alegre (Cootap), de Eldorado do Sul doou 150 kg de arroz e feijão agroecológicos.
O representante da Terra Livre Carlos Pansera destaca que para as cooperativas do MST é um exercício de solidariedade fazer uma doação de alimentos num momento tão importante e tão preocupante no nosso estado.
“Nós buscamos a construção de um mundo melhor, de um mundo justo, de um mundo igualitário. Então, estamos compartilhando aquilo que produzimos, estamos compartilhando aquilo que logramos alcançar num processo de luta, num processo organizativo, coletivo, onde muitos companheiros e companheiras fazem do seu espaço de trabalho, do seu espaço de vivência, a produção de alimentos saudáveis, orgânicos, agroecológicos, com novos valores, com novas relações com o meio ambiente e com as pessoas.”
Pansera também reforça que os assentados ficam muito felizes que esses alimentos possam ajudar um pouquinho a combater a fome nos meios urbanos. “Ficamos muito felizes em poder compartilhar a nossa produção, produção de nossas cooperativas do MST. E também, por outro lado, fazer o debate com a sociedade para chegar esses alimentos até as comunidades mais carentes, onde muitas vezes o próprio IBGE aponta, não chega o Estado, onde não chega nenhum tipo de assistência por parte do Estado.”
Comitês Populares inauguram nova fase
A Jornada Nacional em Defesa da Classe Trabalhadora foi realizada em diversos Comitês Populares no país. “Estamos nos organizando para em 2024 conseguir desenvolver uma série de campanhas. Contra a fome, contra a pobreza e contra a desigualdade, em defesa de uma reforma tributária justa com igualdade social e, sobretudo, fortalecendo os comitês”, destaca o dirigente dos Comitês Populares Igor Felippe dos Santos.
Edição: Katia Marko