Com o tema Árvores Urbanas, os desafios para mantê-las vivas em Porto Alegre, acontece, nesta segunda-feira (29), o primeiro Agapan Debate do ano, às 19h, no auditório da Faculdade de Arquitetura da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs), com entrada franca.
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O ex-presidente da Sociedade Brasileira de Arborização Urbana, Flávio Barcelos Oliveira, e o conselheiro da Agapan, Beto Moesch, falam sobre “Arborização Pública e a harmonia com os demais serviços públicos” e sobre "Arborização Urbana: crucial para o equilíbrio ecológico e combate às mudanças climáticas”.
Conforme explica o presidente da Agapan, Heverton Lacerda, a pauta das árvores acompanha a entidade desde o início da luta ambiental, nos anos 1970, quando Lutzenberger falava da importância da arborização nas cidades e dos cuidados com podas e planejamento urbano.
“Não há cidade saudável sem espaços ecológicos protegidos e bem cuidados. O meio ambiente é essa relação entre todos os seres, de todos os reinos, inclusive os humanos, que fazem parte da natureza. Não é ela e nós, somos nós juntos, uma coisa só, inseparável. Portanto, o cuidado que temos com o ambiente natural reflete diretamente em nós, que somos parte dessa natureza. Quando percebemos que para cuidar de nós mesmos precisamos cuidar do todo, adquirimos a consciência ecológica”, salienta.
Para Heverton, essa consciência está faltando nas pessoas, de modo geral. De acordo com ele os efeitos dessa carência se amplificam quando se trata de gestão pública. “Isso vem acontecendo em várias cidades. Temos nossa parcela de culpa nisso, pois não estamos conseguindo conversar com a população na intensidade necessária. Por isso, estamos realizando este Agapan Debate, que tem a cidade de Porto Alegre, capital do Rio Grande do Sul, como exemplo. Um exemplo negativo.”
Segundo pontua, a administração municipal tem se colocado como adversária ferrenha, que tem nas mãos o poder de gerir os recursos públicos e os aloca em projetos de gentrificação e de especulação imobiliária, tratando o meio ambiente com descaso e irresponsabilidade climática.
Sob o nome “Ka rir", o deputado estadual Matheus Gomes (PSOL) protocolou, no dia 21 de março deste ano, o Projeto de Lei que se propõe a alterar o Código Estadual do Meio Ambiente. O projeto visa estimular a preservação ambiental e a criação de novas áreas verdes urbanas.
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O texto traz entre os principais eixos a criação de uma Política Estadual de Arborização, que estará integrada ao Sistema Estadual de Proteção Ambiental. Também institui o Plano Estadual de Arborização, que deverá ser publicado a cada dois anos pelo estado.
De acordo com o parlamentar, o PL visa estimular cidades mais arborizadas a partir da definição de um mínimo de área verde por habitante nas cidades, começando em 12m² em 2030 e chegando a 36m² em 2050.
Sobre os participantes
Flávio Barcelos Oliveira é biólogo pela PUCRS, sócio fundador e ex-presidente da Sociedade Brasileira de Arborização Urbana (gestão 2001-2003), trabalhou 42 anos na Prefeitura de Porto Alegre no Gerenciamento da Arborização Urbana, foi gerente técnico, diretor e supervisor da Secretaria Municipal de Meio Ambiente de Porto Alegre, coautor do Plano Diretor de Arborização Urbana de Porto Alegre e do Atlas Ambiental de Porto Alegre, capítulo "Porto Alegre, Cidade das Árvores" e atualmente é proprietário da Arboriza Consultoria Ambiental Ltda. Neste Agapan Debate ele vai falar sobre “Arborização Pública e a harmonia com os demais serviços públicos”.
Beto Moesch é advogado, consultor em Direito Ambiental, dirigente da Fundação Mata Atlântica e Ecossistemas, conselheiro da Agapan, ex-vereador e ex-secretário do Meio ambiente de Porto Alegre, e vai falar sobre "Arborização Urbana: crucial para o equilíbrio ecológico e combate às mudanças climáticas".
Edição: Katia Marko